Rio Branco amanheceu, nesta quarta-feira (24), encoberta por fumaça (Foto: Marcos Vicentti/Arquivo pessoal)
Grande parte da fumaça que encobriu Rio Branco, nesta quarta-feira (24), é proveniente de estados vizinhos – como Pará, Amazonas e Rondônia – e do país vizinho, Bolívia. É o que apontou o diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Paulo Viana. Ele diz que a concentração na capital acreana se deu, sobretudo, devido a ventos do Sul do país.
"Tivemos uma baixa de temperatura, os ventos principalmente do Sul se deslocaram e, com isso, teve o deslocamento de fumaça do estado do Pará, Amazonas, Rondônia e também do país vizinho, Bolívia, especialmente de Pando, porque culturalmente eles usam esse tipo de atividade para limpeza de áreas", explicou.
Apesar disso, Viana afirma que o Imac, desde o início de julho deste ano, já aplicou mais de R$ 200 mil em autos de infração relacionadas a queimadas durante fiscalizações feitas em parceria com o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O órgão calcula a aplicação de mais de 70 multas e embargo de 100 propriedades.
O gestor acrescenta que multas, por exemplo, em áreas autorizadas, mas sem o licenciamento, podem variar entre R$ 300 e R$ 1 mil por hectare; e aquelas em áreas urbanas pode chegar a R$ 5 mil por hectare. Ele ressalta que, se for uma situação de flagrante, o causador do incêndio pode ser encaminhado à delegacia para procedimentos criminais e administrativos.
"O fogo não nasce, tem que ter alguém que toque fogo. Precisamos contar com a parceria de todos. Conclamamos a sociedade para que nos ajude e faça seu papel de denunciar, fiscalizar e, principalmente, evitar usar fogo na área urbana e rural", salienta.
O Corpo de Bombeiros disse também que a concentração de fumaça nesta quarta (24) ocorreu em decorrência da falta de ventos. "Isso fez com que a fumaça ficasse acumulada. Além dos incêndios ambientais na cidade, recebemos também fumaças de países e estados vizinhos, o que piora a situação", falou.
Pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) apontaram que, neste período de constantes queimadas, o nível de poluição em Rio Branco é de 150 microgramas – três vezes a mais que o tolerado pela Organização Nacional de Saúde, que é de 50 microgramas por cada metro cúbico de ar.
Fonte: G1