Decididamente ficou claro depois dessa Olimpíada, que os projetos sociais de inclusão do jovem podem mudar o rumo dos nossos jovens e, por consequência, mudar o rumo do País. A Rafaela, ouro no judô, o Izaquias, prata na canoa, são os melhores exemplos. E mais: negros e pobres. Mas é claro que isso não é interessante “aos políticos e autoridades”. Vivemos num país onde o quem manda é a classe burguesa. Quando tem festa na senzala, a Casa Grande grita.
– Impressionante a diferença dos discursos nas derrotas, entre os esportistas do Brasil e do Estados Unidos. No Estados Unidos, quando perde, você vê um semblante de tristeza, palavras fortes, de incentivo e promessa de mais esforço para as próximas provas. No Brasil, quando se tira sexto, mesmo sendo o grande favorito ao ouro, dizemos que fizemos o nosso melhor. – como dispara Gervane numa de suas visitas.
Estamos criando uma maneira inconsciente de esperar um milagre, enquanto deveríamos colocar em nossas propagandas bonitinhas que o Brasil pode ser, sim, o país do futuro. O coitadismo é a nova moda. É a nova moda para sustentar aquela antiga e perpétua moda. Mais uma ação num planejamento de marketing, mais um alvitre a ser oferecido. Temos de competir, sim. Mas temos de pensar em ganhar. Provamos para os mais cépticos que podemos, sim, realizar grandes eventos, o que incomoda e muito os impérios.
– Gervane. É o Brasil se lembrando, a todo momento, que somos colônia. – disparo desligando a TV depois de mais uma derrota do Brasil no Handebol.