Servidores das áreas de educação e segurança pública terão maior número de representantes na disputa por cargo público eletivo nas disputas municipais deste ano, com uma parcela de 86% dos funcionários públicos que pretendem disputar cargos. Balanço divulgado pela Secretaria de Gestão (Seges) mostra que professores, diretores e outros profissionais ligados à Secretaria de Educação (Seduc) representam mais de dois terços dos servidores que deverão registrar candidatura. São 209 em um grupo de 308 pretendentes.
Duas áreas que concentram sérios problemas de políticas públicas, juntamente com os serviços de saúde, as tentativas de eleição a vagas no Legislativo ou Executivo municipais são tidos como caminho para intervir em problemáticas.
Para o presidente do Sindicado dos trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Nascimento, é “salutar” que a categoria tenha representantes em postos públicos com possibilidade de intervenção maior.
“A política faz parte da vida de todos nós. Para as mais diversas situações, é necessário passar pelo debate interno e também com público. Seja por questão de salário, estruturação de carreira e, logicamente, por motivos macros em geral como pensar educação nos municípios e no Estado”, comenta.
Segundo Nascimento, hoje os servidores da área da educação representam quase metade total de pessoas no quadro de contratos do funcionalismo público; o que seria “natural”, para ele, a proporção dos servidores licenciados estar na Seduc. “O Estado tem hoje cerca de 92 mil funcionários e 45 mil estão na área da educação, então natural que também tenha mais pessoas na concorrência de cargos eletivos”.
A percepção de que as disputas por cargos nas câmaras municipais também é apontada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves. Ele diz ser uma forma de ampliar o debate sobre a segurança pública e colocar a sociedade em contato mais direto. Conforme a Seges, 32 servidores ligados à Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejudh) e 25 policiais civis deverão disputar cargos nos 141 municípios.
“Nós incentivamos os servidores a candidatarem a cargos públicos, e não só eletivos, mas naqueles que possibilitam a visibilidade, para discutir a própria situação da categoria. Não somente os temas internos, que dizem respeito às carreiras, como também a discussão sobre política pública”.
Conforme a Seges, houve redução no número de servidores que pediram afastamento para concorrer nas eleições em comparação com pleito de 2012. Quinhentos e doze funcionários públicos tinham se desligado do cargo em 2012.