Quatro pessoas, veículos adulterados e grande quantidade de documentos usados para esquentar carros foram apreendidos na operação integrada “Cova de Caco”, da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva), da Polícia Judiciária Civil, com outras forças da Segurança Pública e a Prefeitura de Cuiabá.
Na operação foram apreendidas 51 carteiras de habilitação (CNH), sendo 49 produtos de furtos e duas falsificadas; 47 Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) falsificadas, 29 Certificados de Registro Veiculo (CRV) falsos, 6 veículos (4 carros e duas motocicletas).
O trabalho também resultou na vistoria de 467 veículos, 8 estabelecimentos comerciais com buscas e 69 pessoas revistadas. Agentes de trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB) autuaram 39 veículos por infrações de trânsito.
A ação de fiscalização foi realizada na localidade conhecida por “Pedra”, na região do Porto, em Cuiabá, nesta quinta-feira (11.08), para coibir o comércio ilegal de veículos roubados ou furtados, clonados e os chamados “Finan” – veículos financiados, que depois são comercializados abaixo do preço de mercado e as prestações deixam de ser pagas.
Os documentos apreendidos (CRLV e CNH) são roubados ou falsificados, os quais são comercializados junto com os veículos, por falsos despachantes. Conforme a Polícia Civil, as cédulas dos documentos são verdadeiras, mas com dados falsos, inseridos depois de um processo de lavagem do papel.
No montante de documentos está a carteira de habilitação de uma investigadora de polícia, que teve o veículo furtado no estacionamento da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), neste ano. A CNH, provavelmente, foi comprada com o objetivo de ser adulterada em nome de algum condutor de veículo.
Enquanto os policiais realizavam vistoria nos veículos, equipes da Secretaria de Ordem Pública fiscalizava estabelecimentos comerciais quanto a alvarás de funcionamento. Foram oito estabelecimentos vistoriados, dos quais seis foram interditados, por falta de alvará e utilização indevida por falsos despachantes. Um trailler foi removido, por estar em local impróprio e sem autorização.
O delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira informou que a localidade já foi alvo de outras vistorias feitas pela Delegacia, mas não com a quantidade de policiais e rigor dos trabalhos. “Nosso objetivo era identificar as pessoas que frequentam o local, para depois representar por mandados bem como saturar essa área para não seja usada mais para prática delituosa”, disse.
Durante investigações da Delegacia foi constatado que 80% das pessoas presas com veículos roubados ou furtados afirmavam que adquiriram os carros na Pedra. “Por conta disso fizemos essa operação visando combater esse comércio ilegal, recuperar esses veículos produtos de crimes e prender os autores dos delitos”, completou o delegado.
Conforme o delegado, a operação foi positiva e serviu para sanar dúvidas de pessoas que trabalham no local. “Não podemos tratar todos como bandidos. Avaliamos positivo o trabalho que cumpriu o objetivo de conscientizar a população, os comerciantes e apreender produtos”, finalizou.
Presos
Na operação foram presos Marcio Castelo dos Santos, Marcelo Ferraz dos Santos, Flaviana Soares da Conceição e Valeska Cezário Di Perro, pelos crimes de uso de documento falso, falsificação de documento público, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo. Dois são comerciantes e dois falsos despachantes. Os quatro serão encaminhados para Audiência de Custódia.
Integração
O trabalho contou com a participação das Delegacias Polícia Judiciária Civil (DERRFVA, DEA, DERF Cuiabá, DHPP, 3ª DP, Deddica, DEA, Acorizal), Gerência de Operações Especiais (GOE), Departamento Estadual de Trânsito, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPaer) e a Prefeitura Municipal por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB) e Secretaria de Ordem Pública. “A integração com outros órgãos foi o fator primordial para o sucesso da operação. Outras serão realizadas”, finalizou o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, que agradeceu a participação de todos.
O nome da operação “Cova de Caco” é alusivo a mitologia romana. Caco era um célebre bandido, metade homem e metade animal, filho do deus do fogo, Vulcano. Caco vivia numa caverna sob o monte Aventino, onde guardava o fruto de seus roubos.
Por Assessoria