Internacional

ONG alerta para ‘desastre humanitário’ em Fallujah, no Iraque

Forças de segurança registraram avanços na luta contra o Estado Islâmico em Fallujah, no Iraque, na quarta-feira (15) (Foto: Anmar Khalil/ AP)

Três semanas depois do início da ofensiva das forças pró-governo, os civis enfrentam um "desastre humanitário" em Fallujah, na região oeste do Iraque. Os civis que permanecem retidos pelos combates e os campos que acolhem os refugiados precisam de ajuda, segundo o Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR), que atua na região.

O secretário-geral do CNR, Jan Egeland, afirmou que existe “um desastre humanitário dentro de Fallujah e outro desastre em curso nos campos" que recebem os civis que fugiram da cidade. 

"Milhares de pessoas em fuga do fogo cruzado depois de meses de cerco e à beira da fome precisam de ajuda e cuidados, mas nossas reservas devem acabar em breve. A comunidade humanitária precisa de financiamento imediato para impedir um desastre completamente evitável diante de nossos olhos", alertou.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) afirma que ao menos 48 mil pessoas fugiram de suas casas, principalmente na periferia da cidade, desde o início da ofensiva contra Fallujah, iniciada em 23 de maio. No centro, milhares de pessoas continuam retidas.

O Estado Islâmico impede a fuga com bombas às margens das estradas e homens armados, que nos últimos dias mataram dezenas de civis.

Na semana passada, o exército iraquiano abriu um corredor para facilitar a passagem dos civis em fuga, mas alguns bairros continuam isolados.

Muitos homens que escapam da cidade estão sendo registrados pelas forças do governo e alguns deles denunciaram abusos e torturas.

Nos campos de deslocados de Amriyat al-Fallujah, perto de Fallujah, vários homens acusam os milicianos xiitas (que enfrentam os sunitas, majoritários na região e no EI) de torturar suspeitos.

Combate
O Estado Islâmico tem resistido aos ataques ao seu reduto, mas as forças de segurança retomaram muitas áreas da zona sul da cidade nas últimas duas semanas. Na quarta-feira, atacavam o bairro de Jbeil.

Com um avanço rua por rua, as forças terrestres, com apoio de bombardeios iraquianos e da coalizão liderada pelo Estados Unidos, alternam disparos de artilharia com ataques com armas leves.

Fallujah, uma cidade populosa a apenas 50 km ao leste de Bagdá, é, ao lado de Mossul, uma das duas sob controle do EI no Iraque. Nesta localidade, os Estados Unidos perderam um grande número de soldados em 2004.

Em maio, sem levar em consideração a opinião de Washington de atacar primeiro Mossul, o governo iraquiano do primeiro-ministro Haider al-Abadi iniciou a ofensiva contra Fallujah.

Desde então, o avanço das tropas pró-governo é lento. Os extremistas consideram Fallujah um de seus redutos mais emblemáticos e não estão dispostos a perder o controle da cidade.

Apesar do menor número de combatentes do EI, o avanço também se viu foi contido pelo uso sistemático de civis como escudos humanos.

Fonte: G1

Redação

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