Os professores de Várzea Grande mantêm a greve iniciada no dia 6 deste mês mesmo com decisão da Justiça, que considerou o movimento ilegal. A presidente em exercício do Sindicato dos Serviços Públicos da Educação em Várzea Grande (Sintep/VG), Eliane Cristina Borges, diz que a ordem judicial é contraditória uma que a suspensão dos trabalhos foi retomada devido à falta de resposta da prefeitura a medidas previstas em acordo judicial em agosto do ano passado.
“O sindicato já foi notificado da decisão, mas irá recorrer ainda esta semana, porque não faze sentido esta nova decisão da Justiça, é contraditória. Em agosto do ano passado, a prefeita Teté Bezerra e o sindicato firmaram um acordo na Justiça para o cumprimento de elevação de cargos de professores graduados como mestre e doutor, reposição salarial para toda a categoria retroativo ao período base que é em janeiro. Mas até agora, não houve nenhum resposta da prefeita”, disse.
A ilegalidade da greve foi determinada em liminar pelo desembargador Márcio Vidal no segunda-feira (13). O magistrado acatou argumentação da Prefeitura de Várzea Grande de que a greve foi deflagrada em período de negociações, descaracterizando o movimento.
Ele também citou o prejuízo ao calendário escolar com a suspensão das aulas, que deixou cerca de 30 mil estudantes fora da sala. Segundo o Sintep/VG, 62 escolas estão com as atividades suspensas parcial ou completamente. Servidores dos setores administrativos, de limpeza, segurança, além dos professores em greve.
Eliane Cristina disse que a paralisação inicia na semana passada é a segunda em negociações iniciadas em agosto do ano passado. Os servidores já haviam paralisado suas atividades em março deste ano, também por falta de apresentação de proposta pela prefeitura.
“A prefeita está falando na mídia que cumpriu o acordo salarial com os professores, mas foi acordada a reposição para a categoria, que inclui os cargos de merendeiras, técnicos administrativos, vigias e o pessoal da limpeza. Então, não houve cumprimento”.
A Prefeitura de Várzea Grande afirma que no final de 2015 concedeu reajuste de 13,66% a todos os servidores da educação; e em maio deste ano, concedeu outros 11,36% a 1.443 professores municipais.
Ainda segundo a presidente em exercício, o sindicato irá ingressar com recurso esta semana para suspender a ilegalidade da greve. Na decisão da última segunda-feira, o desembargador Márcio Vidal estabeleceu multa diária de R$ 10 mil para o Sintep/VG em caso de descumprimento da determinação.