Cidades

Defensoria pública abraça luta contra a cultura de estupro

A Defensoria Pública de Mato Grosso abraçou a campanha “Chega de Fiu Fiu”, criada pelo site Think Olga, como um projeto permanente da entidade. Rosana Leite, defensora pública do Núcleo de Defesa da Mulher afirma que é preciso discutir a cultura do estupro e alertar as mulheres e a sociedade em geral, que cantadas nas ruas, no transporte público, no trabalho ou em qualquer espaço é um delito que precisa ser denunciado à polícia. 

A iniciativa conta com o apoio da Sala da Mulher da Assembleia Legislativa, da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, da Superintendência Estadual de Política Para Mulheres e do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher 

“Essas situações que vem acontecendo dentro dos coletivos de ônibus, por exemplo, quando um homem profere uma cantada à mulher e passa a mão no corpo de forma obscena ou quando apenas olha e faz um ato obsceno já é um delito criminal. A maioria das mulheres não tem consciência de que elas podem e devem lavrar um boletim de ocorrência. uma cantada na rua pode resultar em uma importunação ofensiva ao pudor, que é uma contravenção penal, e esse homem pode responder com o pagamento de multa”, afirmou Rosana.

A Defensoria produziu um panfleto explicativo, onde são descritos as definições de assédio, diferenças entre assédio e paquera, as diferenças entres ato obsceno, estupro e assédio sexual, além do caminho para a mulher decida denunciar.

Em trecho do material: “O que está por trás do assédio não é uma vontade de fazer elogio. Na verdade, esse comportamento é principalmente uma tentativa de demonstrar poder e intimidar a mulher. E pode acontecer com qualquer tipo de mulher, independente da roupa que ela usa, do local onde está, de sua aparência física ou do seu comportamento. Ou seja, a culpa e a responsabilidade pelo assédio é sempre do assediador”.

Em estatística divulgada pela ActionAid no dia 20 de maio, a região centro-oeste se mostrou a mais agressiva no assédio à mulheres em espaços públicos, com 92% de incidência. A média do estado é a maior de todo o Brasil, que é de 86% e de outros países como Índia (79%), Tailândia (86%) e Reino Unido (75%).

A respeito das formas de assédio sofridas em público pelas brasileiras, o assobio é o mais comum (77%), seguido por olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%). Metade das mulheres entrevistadas no Brasil disse que já foram seguidas nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas, e 8% foram estupradas.

Na pesquisa, as mulheres também foram questionadas sobre a situação em que sentiram mais medo de sofrerem assédio. A essa pergunta, 70% responderam que sentem mais medo ao andar pelas ruas, 69% ao sair ou chegar em casa à noite e 68% no transporte público.

Chega de Fiu Fiu

A campanha iniciada em 2013 contra o assédio sexual em espaços públicos pelo projeto Think Olga, intitulada "Chega de Fiu Fiu", mostrou resultados parecidos quando entrevistou cerca de 8 mil mulheres dos mais diversos estados do país. Na época, 83% das mulheres relataram já ter passado situação de assédio nas ruas e outros locais públicos.

Bruna Gomes

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