Sergio Marchionne, CEO da Fiat Chrysler (Foto: REUTERS/Rebecca Cook)
Os veículos autônomos "sem motorista" poderão estar circulando nas ruas em cinco anos, avaliou o presidente da montadora de automóveis Fiat Chrysler (FCA), Sergio Marchionne, que acaba de firmar uma parceria com a Alphabet, casa matriz do Google.
O veículo autônomo "tem uma formidável utilidade na vida real, não é uma simples promessa. A coisa é real e está chegando", disse Marchionne.
"As pessoas falavam de vinte anos, mas penso que chegaremos lá nos próximos cinco anos", declarou Marchionne à imprensa durante o lançamento da produção do Chrysler Pacifica, na fábrica de Windsor, cidade canadense situada diante da americana Detroit.
A Alphabet anunciou na semana passada ter encomendado uma centena de exemplares do Pacifica visando duplicar sua frota de testes para o desenvolvimento do veículo sem motorista Google Car.
Os engenheiros da FCA colaborarão com seus colegas da Alphabet para conceber uma versão de um lugar especialmente adaptada para integrar seus computadores aos sensores e programas de direção autônoma do Google que permitem ao veículo "ver" tudo o que ocorre a seu redor.
Marchionne evitou dar detalhes financeiros, limitando-se a informar que a associação com a Alphabet terá, por enquanto, um alcance limitado.
Vários grandes grupos do setor automobilístico estão trabalhando em seu próprio projeto de veículo sem motorista, competindo com atores do setor tecnológico.
Parceria limitada
A FCA e o Google ainda precisam determinar quem possuirá os dados coletados em sua colaboração para testar os veículos autônomos, disse o executivo da FCA.
"É exatamente isso que tem que ser determinado", disse Marchionne, em resposta a um questionamento de um repórter sobre a posse dos dados.
"Nós precisamos chegar a um estágio em que o carro seja viável, para que possamos discutir os frutos do trabalho. Não chegamos lá ainda."
A FCA e o Google concordaram em adequar a tecnologia de direção autônoma do Google à 100 minivans Chrysler Pacifica, marcando a primeira vez em que uma empresa do Vale do Silício se uniu à uma montadora tradicional para desenvolver um veículo autônomo.
Marchionne disse que há muitos aspectos do projeto com o Google que ainda precisam ser determinados, por exemplo, se as empresas desenvolverão uma plataforma de softwares com código aberto para que seja compartilhada com terceiros ou não.
Marchionne disse que o que foi acertado até o momento com o Google é limitado, mas sugeriu que a aliança pode evoluir.
"O objetivo desta primeira fase de nossa colaboração é muito específico", disse Marchionne em uma coletiva de imprensa na fábrica da FCA em Windsor.
"É projetado para levar a tecnologia do Google para a minivan. É muito, muito focado. Tem um objetivo muito claro e um prazo muito claro. O que for desenvolvido a partir daqui, nós veremos".
Fonte: G1