Política

‘Resistirei até o último dia’, diz Dilma sobre impeachment

A cinco dias de o plenário do Senado analisar a admissibilidade do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (6), em evento no Palácio do Planalto, que resistirá "até o último dia". Se os senadores autorizarem a instauração do processo de impeachment, Dilma será afastada da Presidência por até 180 dias para ser julgada pelo Senado.

Nesta sexta, os integrantes da comissão especial do impeachment irão votar o relatório apresentado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que recomenda a continuidade do processo. A previsão é de que o plenário do Senado analise na próxima quarta-feira (11) se instaura ou arquiva o pedido de afastamento.

Em um discurso no qual voltou a se dizer vítima de um "golpe", Dilma disse, mais uma vez, que não pretende renunciar ao mandato de presidente. Ela reiterou que não cometeu nenhum crime de responsabilidade.

"Sabemos que a história deixará bem claro quem é quem neste processo. Por isso, queriam que eu renunciasse. Sou muito incomoda, primeiro porque sou a presidenta eleita. Segundo, porque não cometi nenhum crime. Terceiro, porque sou a prova viva de um golpe sem base legal que tem por objetivo ferir interesses e ferir conquistas adquiridas ao longo dos últimos 13 anos.
"Tenho a disposição de resistir. Resistirei até o último dia", enfatizou.

Eduardo Cunha
A petista também comentou a decisão unânime do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara. Para ela, o peemedebista é uma pessoa "destituída de princípios morais e éticos".

Nesta quinta (5), por 11 votos a favor e nenhum contra, os magistrados da Supremo Corte referendaram a decisão liminar (provisória) do ministro Teori Zavascki que havia, no mesmo dia, suspendido o mandato parlamentar de Cunha e, consequentemente, tinha o afastado da presidência da Câmara.

Inimigo político da presidente da República, foi Cunha quem aceitou, em dezembro do ano passado, o pedido de impeachment protocolado pelos juristas Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaina Paschoal.

“Gostaria de dizer aos senhores que meu processo [de impeachment] é um processo violento. Como ele foi feito? Foi necessário uma pessoa destituída de princípios morais e éticos, acusada de lavagem de dinheiro e de contas no exterior para perpetrar este golpe”, disse a presidente ao se referir a Cunha em meio ao discurso.

Dilma afirmou novamente que o presidente afastado da Câmara fez uma “chantagem explícita” no ano passado para que os integrantes do PT no Conselho de Ética da Casa votassem contra a abertura do processo que pode cassar o mandato do peemedebista.

Fonte: G1

Redação

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