A Polícia Civil do Distrito Federal investiga estelionato contra uma mulher que, depois de ter e-mails hackeados, pagou R$ 37.990 por engano referentes à compra de um carro zero. O crime aconteceu há quase um mês. O vendedor enviou o boleto para o endereço eletrônico da cliente, mas pouco depois ela recebeu outra mensagem com novo código de barras, pedindo para que a anterior fosse desconsiderada.
“Não dava para desconfiar porque era o mesmo e-mail do vendedor. E tinha todos os dados do favorecido no boleto correspondentes, eu só imprimi fui no banco e paguei”, conta a mulher, que preferiu não se identificar.
A cliente avisou a concessionária que tinha acabado de pagar o boleto. O pagamento, porém, não foi para a conta da loja, já que o documento era falsificado.
“Eles me informaram que não tinham recebido o pagamento e que tinha alguma coisa estranha, porque normalmente é até dois dias para o dinheiro cair na conta do favorecido. E aí eles falaram que estavam vendo o que poderia ter acontecido, mas não informaram. Então, assim, se eu mandei o comprovante para eles imediatamente, como que eles não perceberam antes que o boleto era um boleto não emitido por eles?”, questiona.
A loja de carros mandou um ofício para a mulher uma semana após a compra, explicando que o boleto foi fraudado e que ela deveria acionar o banco para ter o dinheiro de volta. O diretor da concessionária, Thalles Barreto, reafirmou à TV Globo que o e-mail do vendedor foi hackeado e que orientou todos os funcionários a mudarem as senhas. Ele se comprometeu a entregar o carro.
O suspeito de cometer o crime ainda não foi identificado. O banco responsável pelas movimentações financeiras informou que bloqueou o pagamento e que todo o dinheiro será devolvido à mulher.
Especialista em direito do consumidor, Ildecer Amorim disse que a loja e o banco têm a obrigação de não deixar a cliente no prejuízo. “O consumidor não cometeu nenhuma fraude.”
Fonte: G1