Lançado em junho de 2015 pelo Governo do Estado, o Emprega Rede é um programa inédito que busca acabar com a extrema pobreza em Mato Grosso por meio da inclusão social e produtiva.
Em menos de um ano, o modelo já traz importantes resultados para o público vulnerável, a exemplo de pessoas com deficiência (PCDs), mulheres vítimas de violência, estrangeiros, adolescentes do sistema socioeducativo e adultos que cumprem pena em regime fechado.
O Emprega Rede, executado pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas) também está voltado à população tradicional, como indígenas e quilombolas, público nunca antes assistido pelo poder público com políticas de inclusão socioprodutiva.
Idealizador do programa, o titular da Setas, Valdiney de Arruda, faz uma análise positiva dos primeiros resultados do Emprega Rede. “Temos a convicção de que não há outro caminho para acabarmos com a extrema pobreza se não for pela inclusão por meio do acolhimento do cidadão em rede”, afirma.
Em rede, explica o secretário, significa ofertar várias portas de entrada para o público vulnerável chegar a uma vaga de emprego ou ter oportunidade de abrir um pequeno negócio. Por isso a Setas está buscando a adesão das prefeituras para que, por meio da rede sócio assistencial (Cras e Creas) encaminhe o cidadão até o Sine.
A mesma coisa ocorre com as delegacias de polícia, para que encaminhe a uma unidade do Sine as mulheres vítimas de violência, onde elas serão atendidas por uma equipe psicossocial, terá a oportunidade de frequentar curso gratuito de qualificação e disputar melhor preparadas uma vaga no mercado de trabalho.
No final de 2015, a Setas entregou certificados a um grupo de mulheres vítimas de violência que fizeram curso de culinária suína graças a uma parceria com a Acrismat. Em 2016, elas comercializaram seus produtos durante o evento Auto da Paixão de Cristo com grande aceitação.
As mulheres são prioridade neste processo e para elas o Governo do Estado lançou na última semana de abril, em parceria com Assembleia Legislativa e Sala da Mulher, o projeto Mulheres em Rede. Serão qualificadas mil mulheres de Cuiabá e Várzea Grande.
O mesmo acontece com a pessoa com deficiência. Pelo Emprega Rede, ela é encaminhada pelo Cras ou Creas ou pode ir diretamente ao Sine onde encontrará um atendimento distinto. Em 2015, com a implantação do programa, a Setas conseguiu registrar um aumento de 20% na colocação de PCDs no mercado de trabalho.
Adolescentes no processo de transição escola/trabalho também tem prioridade no Emprega Rede. A Setas vem qualificando este público para o primeiro emprego de maneira que não precisem abandonar a escola caso necessitem de trabalhar para contribuir com o orçamento da família. Inclusive adolescentes que cumprem medida socioeducativa em regime fechado.
A população indígena de Mato Grosso – em torno de 50 mil – também está na mira da Setas. Por meio da coordenação de políticas para os povos tradicionais, está fazendo um levantamento da demanda deste público para desenvolver ações de inclusão social e produtiva. “Estamos focados também a segurança alimentar dos indígenas”, informa o secretário Valdiney de Arruda.
Qualificação
Mais de dez mil vagas de qualificação profissional foram ofertadas pela Setas em 2015. O índice foi alcançado por meio do programa Emprega Rede em noventa e sete dos 141 municípios mato-grossenses graças a parceria com o “Sistema S” (Senar, Senac, Senai) e também pelo Pronatec.
O público alvo da qualificação abrangeu mulheres vítimas de violência, egressos do socioeducativo, trabalho escravo e infantil, pessoas com deficiência, idosos, indígenas e jovens menores de 18 anos. Ao todo, foram 536 turmas ofertadas nos quatro cantos de Mato Grosso.
Aporte internacional
A Setas tem buscado aporte técnico de várias instituições e entidades internacionais para a implementação de políticas de inclusão com vistas à erradicação da extrema pobreza em Mato Grosso a exemplo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Unicef, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ODM/ODS e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).