Você já parou para pensar como você mastiga os alimentos? A mastigação é o primeiro processo da digestão e, se feita de maneira errada, pode causar diversos problemas de saúde.
O padrão ideal de mastigação, segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, é a bilateral. Ela pode ser simultânea ou alternada, com movimentos verticais e de rotação de mandíbula. A mastigação correta beneficia o tônus muscular da boca e da língua, a saúde dos dentes e o bom funcionamento do sistema digestivo. Existem vários motivos que levam a uma mastigação incorreta: correria do dia a dia, estresse, problemas odontológicos, comer assistindo TV ou teclando .
O desenvolvimento da mastigação começa desde o primeiro dia de vida do bebê, com a amamentação. A força que o bebê faz para sugar o leite trabalha o tônus muscular e é um importante estímulo para o desenvolvimento ósseo e para uma futura mastigação. Este é um dos fatores que reforçam a importância do aleitamento materno. Facilitar a alimentação da criança mantendo por tempo muito prolongado a dieta pastosa, por exemplo, pode levar a consequências graves no futuro porque desequilibra o tônus muscular das estruturas moles como o lábio, a língua e as bochechas.
Quando adultos, a mastigação incorreta também pode provocar esse desequilíbrio. Outra consequência para o adulto é a má digestão que pode causar desconforto após as refeições com sensação de estômago muito cheio, dores abdominais, sonolência, arrotos, enjoos e até vômitos. Quando a mastigação é correta, a produção de saliva é mais eficiente e ajuda a formar um bolo alimentar mais coeso e fácil de ser deglutido. Quando isso não ocorre, precisamos da ajuda de líquidos como água, refrigerantes e sucos para "empurrar" a comida, o que também colabora para a má digestão. Além disso, para a saciedade, a força mastigatória ativa os receptores dos ligamentos periodontais que enviam informações ao centro de saciedade no cérebro. Quando comemos muito rápido, não é possível realizar a mastigação corretamente, portanto a força mastigatória é menor ou inexistente, não há estímulo dos ligamentos periodontais e os receptores de saciedade não são ativados. Os erros mais comuns são não mastigar e engolir o alimento quase inteiro. Não fechar os lábios para mastigar (não é só uma questão de estética: boca fechada auxilia a língua na manutenção do bolo sobre os dentes que trituram os alimentos). Mastigar o tempo todo e todas as vezes do mesmo lado. Na mastigação, cada dente tem sua função. Os incisivos (da frente) servem para cortar os alimentos; os pré-molares têm a função de triturar a comida e os molares (do fundo) servem para pulverizar o bolo alimentar. A língua ajuda a lateralizar os alimentos. A mandíbula precisa ter um movimento vertical e circular e a mastigação deve ser de forma alternada: ora de um lado ora de outro, não se deve mastigar só de um lado o tempo todo. Cansaço após o almoço pode estar ligado a uma mastigação inadequada, assim como dores de cabeça e de ouvido. Excesso de líquido nas refeições atrapalha a mastigação e a digestão.
Devemos mastigar de 20 a 30 vezes cada bocado. Não tomar líquidos durante as grandes refeições almoço e jantar. Descansar os talheres a cada garfada. São atitudes que nos ajudam a ter uma boa mastigação que é essencial para sua saúde
