Política

MPE cobra investigação sobre privilégios a ‘presos ilustres’

O Ministério Público Estadual requereu por meio do Gaeco (Grupo de Ação Especial Contra o Crime Organizado) a investigação de denúncia feita pelo advogado Júlio César Domingues Rodrigues, em relação ao suposto privilégio dado ao ex-deputado José Riva no Centro de Custódia de Cuiabá. O pedido foi feito à juíza Selma Rosane de Arruda, da 7ª Vara Criminal, em audiência realizada no último dia 18 de abril.

Em seu depoimento, Júlio César Domingues contou um pouco sobre o que acontece no interior do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). Preso desde agosto de 2015 no local, Júlio César contou que inicialmente dividiu cela com um assassino.

Também disse que foi tratado com truculência por parte dos agentes da unidade prisional, o que fez com que denunciasse a situação as autoridades. “Depois da denúncia, todos funcionários do Centro de Custódia queriam que eu saísse dali”.

Quando Riva voltou ao local para cumprir prisão preventiva expedida na “Operação Metástase”, o advogado disse que um agente o procurou dizendo que o ex-deputado queria conversar com ele. “Falei com ele por uma janela. Ele disse que não era para me preocupar, que logo eu sairia dali”, relatou.

Depois disso, contou que foi abordado pelo ex-presidente da Assembleia várias vezes dentro do Centro de Custódia. De acordo com a decisão da juíza, os réus no processo não podem manter contato entre si.

Porém, Júlio César afirma que o ex-deputado tem tratamento diferenciado no local. “Ali, ele recebe advogado na hora que quiser. O diretor de lá é como um funcionário do Riva”, assinalou.

Ouvido pela segunda vez no processo, o advogado fez revelações sobre o caso. Disse que o deputado Romoaldo Junior (PMDB) lhe pediu R$ 500 mil para dar andamento no processo e que, após obter parecer jurídico para o acordo, José Riva concordou em efetuar o pagamento desde que fosse “devolvido” 50% do acordo.

 

Em defesa

José Riva, disse a juíza Selma Arruda que tinha tratamento igualitário dentro do CCC. Ele negou qualquer tipo de privilégio na unidade prisional. “As câmeras ali registram tudo e vão ver que o tratamento dado a mim era o mesmo dispensado aos demais”.

Ele também negou ter conversado com o advogado pela janela de uma cela. “Uma vez ele gritou lá que queria conversar comigo, mas eu não atendi”, garantiu.

Segundo Riva, era de conhecimento de todos os detentos que Júlio César sempre teve problemas com agentes prisionais. “Uma vez ele gritou lá que ia sair no dia 15 porque iria ferrar todo mundo”, contou.

No local, ainda estão detidos o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários Eder Moraes e Sílvio César Correa Araújo. 

 

Fonte: MídiaNews 

Redação

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