Política

Dilma está ‘otimista’ e ‘confiante’, dizem deputados governistas

Após se reunirem na manhã desta segunda-feira (18) com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, deputados da base aliada relataram que a petista está “muito otimista” e “confiante”, mesmo após o governo ter sido derrotada neste domingo (17) na votação do processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.O encontro da presidente com os deputados não estava previsto na agenda oficial de Dilma. Participaram da audiência com a presidente os deputados José Guimarães (PT-CE), Givaldo Carimbão (PHS-AL), Orlando Silva (PCdoB-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Marcelo Castro (PMDB-PI) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

“A luta está apenas começando. Tem ainda um longo período de disputa política. […] A presidenta está muito otimista e é impressionante como o astral dela está bom. Ela está animada e, solidária, agradeceu muito à nossa honradez e os votos que demos. E dissemos a ela: ‘Estamos com a senhora, como se diz no Nordeste, até debaixo d’água’”, afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães.

“A presidenta está muito confiante, está muito bem. Acho que ontem foi um momento e agora o Senado terá outro papel. O governo está trabalhando a partir de agora para que o que aconteceu na Câmara ontem não aconteça no Senado. Estamos aqui, unidos como sempre, para irmos à luta mais uma vez”, acrescentou o líder do PHS, Givaldo Carimbão.

Por 367 votos a favor, 137 contra, 7 abstenções e 2 ausências, os deputados federais aprovaram a admissibilidade do processo de afastamento da petista. Agora, cabe ao Senado decidir se acolhe ou não o processo.

Se os senadores decidirem dar prosseguimento, a presidente deverá ser afastada por até 180 dias e, neste período, enquanto o Senado irá julgá-la, Temer assumirá a Presidência da República.

Temer e Cunha
Em meio às falas dos deputados, o vice-líder do governo na Câmara, Silvio Costa (PTdoB-PE), pediu a palavra para dizer que “o dia de ontem não deveria ter existido na democracia brasileira”. Para ele, o resultado foi uma “injustiça histórica” e um “equívoco” causado pelo “ódio" e "vingança” do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Aos jornalistas, Costa disse que o peemedebista é um “psicopata” que deveria estar internado “há muito tempo” em Curitiba, referindo-se ao fato de a capital paranaense ser a sede das operações da Lava Jato. O vice-líder do governo atacou ainda o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmando que fará oposição a uma eventual gestão do peemedebista, caso o Senado afaste Dilma da Presidência.

“Ele [Temer] administra um tipo de comportamento do partido dele em que o único lado que tem é o do governo – ou seja, para qualquer governo, o partido dele serve. Repito aqui que quem ganhou foi o PCC, o Partido da Corja do Cunha. E, efetivamente, ratifico que, se o Senado ratificar a decisão equivocada da Câmara, vou fazer oposição a um eventual governo Michel Temer. […] E oposição eu sei fazer bem”, ressaltou o deputado do PT do B.

O dia seguinte
Na manhã seguinte à decisão da Câmara de dar prosseguimento ao processo de impeachment, Dilma Rousseff não fez seu passeio matinal de bicicleta nos arredores do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

A petista chegou ao Palácio do Planalto às 9h58 e começou o dia com uma reunião com seu chefe de gabinete, o ministro Jaques Wagner.

Segundo o G1 apurou, nesta manhã, Dilma teve uma conversa com assessores na qual enfatizou que, apesar da derrota na Câmara, continuará “lutando” porque não cometeu crime de responsabilidade. A presidente também aconselhou seus colaboradores mais próximos a estarem “bem dispostos” para a “nova etapa da luta”.

De acordo com relatos de assessores palacianos, a petista disse aos funcionários do Planalto que não será “fácil” derrubá-la. “Vamos dar trabalho”, disse a presidente, segundo relatos de pessoas próximas.

Na sede do Executivo federal, assessores dizem que está “no radar” a possibilidade de o governo acionar o Supremo Tribunal Federal para questionar supostas “nulidades” no processo de impeachment.

Às 17h, Dilma fará um pronunciamento fará um pronunciamento para comentar a decisão dos deputados federais. Até o momento, somente o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, comentou a decisão dos deputados federais.

Em uma entrevista coletiva concedida no início da madrugada desta segunda, o ministro afirmou que o governo recebeu com "indignação e tristeza" o resultado da votação no plenário da Câmara.

Fonte: G1

Redação

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