Pessoas observam enquanto outras trabalham nas buscas por sobreviventes sob escombros em Pedernales, Equador, no domingo (17), após terremoto na região (Foto: Dolores Ochoa/AP)
Equipes de resgate aceleravam nesta segunda-feira (18) a titânica busca de sobreviventes após o poderoso terremoto que atingiu o Equador, que segundo o último balanço deixou 350 mortos e muita destruição na costa do país.
Horas de busca entre blocos de cimento e ferro retorcido dão resultados. Na madrugada desta segunda-feira um grupo do corpo de bombeiros de Quito, que viajou a Manabí (província da costa oeste) para colaborar na busca de sobreviventes, encontrou três.
"Após várias horas de intenso trabalho, 3 pessoas resgatadas com vida dos escombros em Tarqui", afirmaram os bombeiros em sua conta do Twitter.
A mensagem estava acompanhada por fotografias nas quais dois militares aparecem retirando um homem e duas mulheres dos escombros.
A partir da capital equatoriana e de outras cidades do país saíram caminhões carregados de roupas, produtos de higiene, remédios e alimentos para as vítimas. Além disso, foi mobilizada maquinaria que servirá para remover os destroços de edifícios e casas que desabaram.
Os sobreviventes também buscam desesperados seus familiares desaparecidos, mais de 30 horas depois do terremoto de magnitude 7,8 – o mais forte no Equador desde 1979 -, que teve uma duração de aproximadamente um minuto e afetou sobretudo seis províncias da costa equatoriana, de norte a sul.
A ajuda internacional chegou ao país para colaborar nos trabalhos de resgate que prosseguem, apesar da falta de energia elétrica em algumas zonas da província de Manabí, a mais atingida pelo desastre.No porto de Manta, um popular balneário desta província, Verónica Paladines fazia buscas entre os escombros do hotel onde seu marido trabalhava.
"Fazia trabalhos de pintura, foi descansar aqui embaixo quando (o terremoto) aconteceu", relata à AFP esta mulher de 24 anos, antes de começar a chorar ao falar do marido.
Por toda parte era possível ver edifícios atingidos e casas destruídas.
O terremoto que atingiu na noite de sábado o Equador matou ao menos 350 pessoas, informou nesta segunda-feira o ministro coordenador de Segurança, César Navas, que também disse que o número de feridos aumentou, embora não tenha divulgado um novo balanço.
"Temos lamentavelmente que informar que estamos chegando às 350 pessoas falecidas, o número de feridos também cresceu", disse Navas em declarações ao canal de televisão Teleamazonas. O balanço anterior era de 272 mortos e 2.068 feridos.
O presidente equatoriano, Rafael Correa, retornou ao país após uma visita de mais de uma semana aos Estados Unidos e ao Vaticano.
O chanceler equatoriano, Guillaume Long, detalhou nesta segunda-feira no Twitter que chegaram equipes de resgate e especialistas de Venezuela, Colômbia, Peru, México, Cuba, Bolívia, Chile, Suíça e Espanha.
"Amanhã trabalharemos na cooperação para pós-resgate", acrescentou Long na mesma rede social.Em Pedernales, uma das cidades mais afetadas, com praias sobre o Pacífico e forte atividade turística, as ruas davam a sensação de estar em uma zona de guerra, com casas reduzidas a escombros, hotéis destruídos e postes de luz sobre o asfalto."Há fundos contingentes que já foram ativados: US$ 300 milhões para emergências, US$ 150 milhões para reconstrução porque depois disso vem a reconstrução", disse à AFP o vice-presidente Jorge Glas.
"Aqui em Pedernales foram resgatados sobreviventes entre os escombros e não perdemos a esperança. Não se descarta" a possibilidade de encontrar mais pessoas com vida, acrescentou.
Tremores secundários continuam
Os sobreviventes temem novos tremores secundários.
Em seu último relatório, o Instituto Geofísico (IG) afirmou que "o número de tremores secundários tende a diminuir, embora ainda não seja possível descartar que sejam apresentados terremotos com magnitudes maiores que 5,0".
Até o momento, o IG reportou 230 tremores secundários cuja magnitude varia de 3,5 a 6,1 graus. "A taxa de geração de réplicas diminui com o passar do tempo. Isso significa que a ameaça associada a elas também diminui progressivamente", afirmou o Geofísico.
Os últimos registros divulgados pelo instituto em sua conta no Twitter informam sobre movimentos de entre 3,1 e 4,8 graus na costa de Manabí.
"Espera-se que o tempo de ocorrência de tremores secundários dure por alguns dias e semanas", acrescentou o IG em seu relatório.
Apesar da destruição em muitos lugares, a infraestrutura petrolífera estratégica do Equador não apresenta danos que comprometam seu funcionamento, afirmou o ministro coordenador de Setores Estratégicos, Rafael Poveda.
Fonte: G1