Durante a entrega do relatório da consultoria KPMG, sobre a atual situação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), em Cuiabá e Várzea Grande, não se sabe se os vagões irão funcionar e se o modal será realmente viável, tendo em vista que sua viabilidade está diretamente atrelada ao seu uso junto com a utilização de ônibus, ou seja, a integração entre os dois.
A auditória alegou que o modal não se sustenta. Para que a integração seja viável, o governo devera custear em R$37 milhões anuais o modal. Caso não seja possível essa integração, o relatório da KPMG e fala do secretario de Estado das Cidades Eduardo Chiletto, apontam que o modal não teria condições de operar.
Chiletto afirmou ainda que o valor praticado para utilização do transporte deverá ser o mesmo do ônibus, ou seja, os atuais R$ 3,60. O que, para o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) é impraticável. “Tenho dificuldade em acreditar nessa tarifa”, disse Wilson, questionando o valor apresentando.
Quando questionado se a obra terminaria ainda no governo de Pedro Taques (PSDB), o secretario-chefe da casa civil, Paulo Taques, foi taxativo e respondeu que a obra não ficará pronta na atual gestão, ou seja, nos 33 meses restantes do mandato do governador.
Fator de preocupação, as condições dos vagões quando do final – caso haja – da obra foi questionado, no sentido de que, além da falta de realização de testes para efetuação do pagamento já realizado, há ainda a depreciação do bem.
O secretário informou que, caso não venha funcionar, o pagamento dos vagões realizado para a concessionária seria glosado, ou seja, anulado e um processo contra empreiteira seria aberto.
Riscos à parte, para que a obra recomece será necessária à entrega do projeto executivo em 120 após fechamento de acordo com concessionária. Projeto esse que eles tiveram cerca mil dias para entregar e não o fizeram, conforme apontamento do presidente da comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo, deputado Oscar Bezerra (PSB).
O coordenador da Frente Parlamentar em Prol da Retomada e Conclusão das Obras do VLT, na Assembleia Legislativa, deputado Emanuel Pinheiro (PMDB), disse que só vai ficar eufórico com a notícia das retomadas das obras quando ele puder ver que realmente estão sendo feitas. E desabafou: “Defendo a retomada das obras com responsabilidade e agilidade. Mas, depois de um ano e quatro meses, não se vê nada. Nenhuma decisão política. Só vendo para crer que realmente algo acontecerá”.
Apesar de todas as incertezas a retomada das obras deverá ocorrer. “As obras serão retomadas quando sentarmos com o consórcio e iniciarmos a conversa para chegar ao valor de R$ 602 bilhões. Temos que chegar a um entendimento”, disse Chiletto, que informando ainda que, caso não haja entendimento a situação irá para a governo federal.
A reunião entre Governo de Mato Groso e Consórcio VLT está marcada para essa quarta-feira (12), às 14h.
A licitação do modal é de R$ 1,477 bilhão, no qual já foram gastos R$ 1,066 bilhão. A auditória apresenta um gasto de R$ 644 milhões a mais.