Opinião

Tainos: indígenas nativos do Haiti (I)

O território que atualmente corresponde à República do Haiti (na parte oriental está a República Dominicana) era totalmente ocupado pelos indígenas Tainos (ou Lucaios), do tronco-linguístico Aruak. Os Tainos já se encontravam em contato com outros povos indígenas de língua Karib, que dominavam a parte oriental da ilha e outras pequenas ilhas ao sul do Caribe e se expandiam para o território dos povos Aruak.

O fim do século XV trouxe Santa Maria, Pinta e Niña. Em 1492, ao comando da frota e de noventa homens, Cristóvão Colombo pensou ter encontrado as terras dos cobiçados e preciosos metais e especiarias: as Índias. O navegador genovês, sob as ordens dos reis de Espanha, acreditou que havia descoberto uma rota martítima para terras ao extremo oriente da Ásia. Uma Ásia formada por centenas de ilhas.

Depois de ancorar em Guanahani, ilha que passou a chamar São Salvador, em nome dos reis espanhóis, as âncoras das caravelas foram levantadas e, em exploração, Colombo e sua tripulação aportaram em La Española, nomeada pelos Taigos de Haiti, quando tomaram terras no oriente da ilha. Nela foi erguido um forte, La Navidad, uma casa rodeada por paliçada, construída com mão-de-obra indígena e madeiras da Santa Maria, a nau de Colombo destruida na colisão dos recifes. Os índios, ao perceberem a tristeza do navegante, trouxeram o remédio para fazê-lo feliz: o ouro. Em 1493, ao retornar à Espanha, o navergador genovês deixou o forte sob o comando de Arana, uns poucos homens, sementes e provisões. De volta ao Haiti, na segunda viagem à América, encontrou o forte Navidad destruído e a tropa aniquilada pelos indígenas da ilha.

Depois de dias de confraternização e doações de quinquilharias aos índios, o cenário mudou. Os colonizadores europeus fizeram dos índios seus escravos quando, a menos de um século, levaram quase toda sua totalidade à extinção diante dos trabalhos forçados, das doenças infecto-contagiosas e da extrema violência. O contato dos espanhóis com os indígenas das ilhas do Caribe é considerado um dos maiores genocídios da história.

Anna Maria Ribeiro Costa

About Author

Anna é doutora em História, etnógrafa e filatelista e semanalmente escreve a coluna Terra Brasilis no Circuito Mato Grosso.

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