O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), modal projetado de transporte projetado para a Copa do Mundo em 2014, não deverá ficar pronto tão cedo. Isso porque o governador Pedro Taques (PSDB), juntamente com o prefeito Mauro Mendes (PSB) lançaram as obras de revitalização da avenida Tenente Coronel Duarte, por onde passaria o VLT e anunciaram que será realizada uma audiência pública para decidir sobre o futuro do modal. As declarações foram dadas na manhã desta quarta-feira (06), em Cuiabá.
Segundo Taques, nesta quinta-feira (07) serão revelados os dados conclusivos da auditoria independente da empresa KPMG Consultoria. “Amanhã o secretário Eduardo Chiletto, o Gustavo Oliveira, Patrick vão mostrar os dois últimos produtos da consultoria da KPMG. Nós precisamos acabar com a obra do VLT, isso é fato. Agora eu preciso ser técnico e não vou tomar decisões politicas como foram tomadas no passado. Durante a mudança do Modal, a matriz de responsabilidade e o resultado está aqui. Nós faremos depois dessa coletiva de imprensa uma audiência publica chamado o município de Cuiabá e Várzea Grande, as duas câmaras legislativa e a assembleia para podermos decidir o que faremos. Pois alguém vai ter que decidir e na hora certa teremos de fazê-lo”, pontuou o governador.
O governador explicou que não pode deixar um ‘rasgo’ na cidade enquanto as obras do VLT não são concluídas. “A pergunta que é se o povo de Várzea Grande e Cuiabá podem aguardar o término das obras do VLT com essa vergonha que ficou aqui? Rasgando como uma cicatriz o centro das nossas cidades? Não Podemos! Por isso, em parceria com a prefeitura de Cuiabá nós vamos recapear toda a avenida do CPA, da Prainha e a Fernando Correa da Costa com tudo da melhor qualidade e com sinalização vertical e horizontal”, anunciou o gestor estadual.
O relatório conclusivo da empresa KPMG consultoria, contratada pelo governo de Mato Grosso para analisar a viabilidade da implantação do veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) será anunciado nesta quinta-feira (07). A previsão inicial era dia 19, mas o Estado decidiu adiar a divulgação do resultado alcançado por meio da auditoria independente.
A contratação de uma empresa de consultoria foi autorizada pela Justiça Federal em agosto do ano passado. O Estado apresentou o pedido devido à falta de informação técnica para dar andamento à obra.
A KPMG ficou responsável pela confecção dos relatórios detalhados ao Estado sobre a viabilidade financeira do modal, o cronograma de término de obras, a estimativa de demandas de operação durante os próximos 20 anos, proposta de integração do modal à matriz de transporte de Cuiabá e Várzea Grande, como também o cronograma de desembolso do Estado para implantação do VLT.
Viabilidade e custeio
A primeira parte com os estudos sobre o desembolso da obra já foi protocolado pelo governo na Justiça Federal. O primeiro relatório apontou que a obra deve custar R$ 535 milhões a menos que o valor exigido pelo consórcio construtor, ou seja, se tivesse dado continuidade à obra em 2015, o Estado teria tido prejuízo neste montante, dinheiro suficiente para a construção de seis hospitais com 300 leitos cada.
De acordo com o estudo da KPMG, a conclusão do VLT deve custar mais R$ 602 milhões aos cofres públicos. O valor é muito abaixo do R$ 1,135 bilhão solicitado pelo Consórcio VLT Cuiabá no ano passado, que elevaria o custo total final da obra para R$ 2,2 bilhões. Isso significa dizer que, se o Governo do Estado tivesse dado a ordem de serviço para continuidade das obras no início de 2015, teria perdido R$ 535 milhões.
Os dois relatórios finais vão apontar a viabilidade, a forma de operação do modal e a proposta de integração com o transporte público de Cuiabá e Várzea Grande. Com isso, será possível, por exemplo, conhecer o valor da passagem.
Histórico
O VLT deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes mesmo do início dos jogos da Copa do Mundo em Cuiabá. Entretanto, os sucessivos atrasos levaram o governo a fazer um aditivo prevendo o término para 31 de dezembro do mesmo ano. Porém, as obras foram paralisadas antes mesmo deste prazo. A atual gestão estadual discute a questão na Justiça, uma vez que o consórcio construtor cobra, pelo menos, R$ 1,1 bilhão para a finalização da obra.
O consórcio VLT Cuiabá venceu a licitação realizada em junho de 2012, na modalidade do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que não permite aditivos, por R$ 1,447 bilhão. Deste total, R$ 1,066 bilhão já foram pagos pelo Governo do Estado.
Atualizada às 10h20min.