O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) somente se sustentará se as manifestações populares se mantiverem nas ruas do Brasil, conforme taxou o senador Blairo Maggi (PR). Segundo o congressista, tanto o Senado quanto a Câmara só votarão a favor do impedimento da presidente, caso a população vá às ruas gritar e cobrar pela queda da gestora. A visão é compartilhada pelo deputado federal José Augusto Curvo (o Tampinha -PSD).
Ambas as declarações foram dadas durante entrevista à Rádio CBN Cuiabá. Segundo Maggi, é dever da população cobrar seus direitos e é ela que dará força ao Congresso para tirar, ou manter a presidente no Palácio do Planalto. “Quem vai dar o estímulo final para o Congresso Nacional e levar adiante o impeachment, é a população – das manifestações de rua, das passeatas e dos movimentos sociais. Se houver muitas manifestações favoráveis à Dilma e houverem poucas manifestações a favor do impeachment é óbvio que isso dificultará o trabalho internamente. Então a pressão das ruas é importante para dar continuidade ao ato. Não resolve ficar só nas redes sociais”, argumentou o senador.
Além disso, Maggi também acredita que o desembarque do PMDB, da base aliada do governo Dilma, chegou na hora errada. Isso teria dado ao PT, conforme o senador, o poder de negociar cargos e postos com os partidos nanicos. “Acredito que o Senado e a maioria dos senadores estão prontos para aceitarem o processo de impeachment, se ele aqui chegar. Mas o governo está lutando de todas as formas para tentar barrá-lo: distribuindo cargos e tentando novas composições na Câmara Federal.
O intuito é manter esses parlamentares sob o seu comando, para que votem favoráveis à Dilma e contra o impeachment”, reiterou. Com o impeachment do ex-presidente Collor de Melo (1992) no “currículo”, o deputado federal Tampinha, também crê que a queda de Dilma está diretamente ligada às manifestações de rua. “Na época do Collor o que foi decisivo para a cassação do mandato foram as organizações lideradas pelo próprio PT, que levou milhares às ruas do país. Eles colocaram o povo nas ruas e isso foi uma pressão importante para definir o rumo do Congresso. Lembro que a pressão era tão grande, que não podia nem sair com broche de deputado nas ruas que dava confusão. Então foi a população que fez o impeachment andar rápido. Se o povo quer, não adianta a Dilma distribuir ministério e cargos. Ela cairá. Agora se afrouxar e ficar só nas redes sociais não vai resolver. Quem resolve são as vozes das ruas”, disse Tampinha.
Em relação ao desembarque do PMDB, o parlamentar criticou a decisão do partido. “Se me falassem que ela seria afastada na semana passada, quando o PMDB ainda estava na base eu diria que sim. Essa semana já não sei mais. Acredito que o afastamento do PMDB da base mais prejudicou o processo do que ajudou. O partido não saiu por completo e fragmentou o PMDB. Ainda há ministros que não querem largar osso e os demais cargos que ficaram vagos, o PT irá repartir com os partidos menores. Saiu na hora errada. Se fosse fazer, tinha que ter saído mais próximo da decisão.
Com informações da Gazeta