Em documentos divulgados ontem pelo juiz Sergio Moro, o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), teria aparecido como um dos supostos beneficiários de repasses feitos pela empreiteira Odebrecth a mais de 200 políticos do país.
O nome do deútado constaria em uma planilha que estava em posse de Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e que foi apreendida em fevereiro deste ano, na 23ª fase da Operação Lava Jato. Os documentos são um acervo do que poder ser a contabilidade paralela da Odebrecth.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a Odebrecht tinha uma estrutura profissional para pagamento de propina no Brasil. Uma área denominada "Setor de Operações Estruturadas", responsável apenas por pagamentos ilícitos. O Ministério Público Federal (MPF) afirma que estes pagamentos estão atrelados a diversas obras, serviços federais e também a governos estaduais e municipais.
Em um dos documentos divulgados, consta o nome de Guilherme Maluf, seguido da sigla “CUI” e dois pagamentos: um de R$ 150, referente a 2012; e um de R$ 500, referente a 2014. Suspeita-se que as datas correspondem a períodos de campanha eleitoral de Guilherme Maluf, já que foi candidato a prefeito de Cuiabá em 2012, e a deputado estadual em 2014.
Em seu pronunciamento, a força tarefa da Lava-Jato acrescenta que estes fatos revelam a “existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento partidário-eleitoral do país”. No entanto, Fernando Rodrigues, jornalista que publicou estes documentos em seu blog, no UOL Notícias, afirma que os nomes dos políticos e valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa dois da empreiteira para os citados.
As suspeitas ainda serão esclarecidas ao longo das investigações da Lava Jato.
Defesa
Através de nota, o deputado Guilherme Maluf nega qualquer envolvimento e afirma que estudará medidas jurídicas a serem tomada pela divulgação de seu nome nesta lista.
Leia a nota na íntegra
"O presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), nega que tenha recebido recursos financeiros da empresa Odebrecht nos anos de 2012 e 2014. O parlamentar enfatizou que as contas das campanhas dos referidos anos, assim como todas de sua carreira política, foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
O deputado também informa que estudará as medidas jurídicas cabíveis a serem tomadas acerca da divulgação do seu nome indevidamente na lista."