Cidades

Preservar é o único caminho da nova geração

Preservar o meio em que se vive e respeitar a natureza. Com esse pensamento engajador o publicitário Jean Peliciari começou um projeto voltado para a limpeza e educação ambiental por meio das redes sociais há dois anos.

Casado com uma moçambicana há 10 anos, tudo começou quando Jean pôde enxergar de perto a realidade da República de Moçambique durante uma das visitas que fez ao Continente Africano. Sensibilizado, ele conheceu os conflitos econômicos sociais e a carência de saneamento básico da população local.

A partir desse momento o publicitário teve uma ideia: decidiu deixar a sua zona de conforto e agir. “Com conhecimento digital e em redes sociais, decidi criar um site e uma página no Facebook chamada “Limpa Moçambique” direcionada para os moradores da região”, explica Jean.

Segundo Jean, já foram realizadas inúmeras ações no País que contaram com mais de mil e duzentas pessoas na limpeza de praias da região. Hoje a página do projeto conta com pouco mais de 18 mil curtidas. “Isso tudo eu realizei aqui do Brasil, por meio da internet. Uma ideia que foi criada nas redes sociais, que possibilita mobilizar pessoas do outro lado do mundo”, conta.

Porém, os amigos de Jean começaram a questionar o porquê de ele não criar algo aqui, para o  Brasil. Então, encorajado por pessoas próximas, há quase dois meses começou a desenvolver a plataforma, o lealt e um nome para o novo projeto, hoje chamado de “Teoria Verde”.

A intenção do projeto é ser um canal que reúna informações e ações educativas focadas no meio ambiente em Mato Grosso. “Eu quero unir todas as ações, sejam elam da iniciativa privada, pública ou sociedade civil, enfim, tudo o que for a respeito de preservação. Eu quero que as pessoas entendam que o planeta é um só! Se destruirmos esse, para onde iremos?”.

Quando iniciou o projeto, Peliciari sentia falta de uma ação que pudesse tomar grandes proporções no Estado e que fosse regional para conversar de uma forma mais intimista com as pessoas que moram aqui. “O mundo inteiro fala da gente, WWF, Greenpeace, ONU, mas nós mesmos não discutimos sobre o que acontece aqui”, comenta.

A ideia é que o projeto cresça e envolva outros voluntários e biomas. “Eu estou sentindo que as pessoas querem preservar o nosso meio ambiente, e eu estou falando com essas pessoas. Não estou conversando com a pessoa que joga lixo do carro, é muito difícil mudar um conceito formado”, explica.

“A nossa pretensão não é que daqui há um ano as coisas mudem, o nosso foco são as crianças. Eu almejo que daqui a 10, 20 anos apareça um resultado, e isso só acontecerá se agora nós levarmos a informação adequada a esses pequenos. O nosso movimento é o do futuro, e não o do agora” explana Jean.  

ECO PONTO

Disponibilizar os locais dos ecos pontos é uma ideia simples que fez muito sucesso, explica Jean. “As empresas já tinham seus endereços cadastrados no Google, eu apenas coloquei como uma ferramenta no site da “Teoria Verde” de uma maneira mais fácil”.

Acessando o site o cidadão pode localizar um ponto mais próximo de sua casa. “Incialmente surgiu como uma das atribuições do site, mas devido ao grande interesse das pessoas estou desenvolvendo um aplicativo de celular”.  

 

PACTO PELO PANTANAL 

A “Teoria Verde” começou com uma grande parceria em nível mundial, a World Wide Fund for Nature (WWF – BRASIL).  A organização não governamental formou uma aliança com o Governo do Estado e colocou em prática o “O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal”.

O objetivo da ação é recuperar 700 quilômetros de rios e, no mínimo, 30 nascentes de uma 

Um estudo realizado em 2012, pela WWF-Brasil em parceria como o HSCBC, a The Nature Conservancy (TNC), o Centro de Pesquisas do Pantanal, o Conselho Nacional de desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Carterpillar identificaram que as áreas das Cabeceiras do Pantanal estão em risco, requerendo ações de preservação e recuperação urgentes.

Esse projeto ainda conta com o apoio de outras Organizações Não Governamentais, como: o Instituto Sustentar do Pantanal, o Instituto Ação Verde, o Instituto Naturae (INAE) e a Sociedade Cultural e Ambiental Fé e Vida, o Instituto Pantanal Amazônia de Conservação (IPAC), a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e a Escola Técnica Estadual de Tangará da Serra (Secitec).

A área de atuação do Pacto abrange 25 municípios de Mato Grosso: Alto Paraguai, Araputanga, Arenápolis, Barra do Bugres, Cáceres, Curvelândia, Denise, Diamantino, Figueirópolis D´Oeste, Glória D´Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Porto Esperidião, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Santo Afonso, São José dos Quatro Marcos, Salto do Céu e Tangará da Serra.

A WWF propôs 34 soluções como alternativas para solucionar os problemas da região. Cada entidade que aderir ao Pacto se compromete voluntariamente a programar em sua localidade pelo menos três ações que preservem as nascentes e os rios. 

Ações que vão desde a adequação ambiental de estradas rurais até 2020, a melhora do saneamento básico da zona rural por meio da instalação de biofossas, recuperação de áreas degradas e Áreas de Proteção Permanente (APPs) até a produção de estudos, pesquisas, cartilhas de boas práticas e uso adequado do solo e promoção de eventos para a troca de experiências positivas relacionadas à recuperação ambiental.

PARA SABER MAIS

O cidadão que quiser ser voluntário e colaborar com as ações que futuramente serão realizadas em todo o Estado deve entrar em contato por meio das redes sociais do projeto:

Facebook: Teoria Verde

Site: www.teoriaverde.com.br

Facebook: Limpa Moçambique

Site: www.limpamocambique.com

Noelisa Andreola

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