Ahmad Jarrah
Acontece nesta manhã (11) mais uma fase da Operação Sodoma que investiga fraudes fiscais na Secretaria de Fazenda (Sefaz). A primeira fase desta operação culminou nas prisões do ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários de estado Marcel de Cursi e Pedro Nadaf.
A ação está sendo coordenada pelo delegado Lindomar Tófolli, que atua na Delegacia contra crimes fazendários da Polícia Civil de Mato Grosso (Defaz).Mais um ex-secretário de Silval foi alvo de prisão, por conta da operação Sodoma, desta vez o ex-gestor da secretaria de administração Cezar Zilio, que comandou a pasta entre 2011 e 2013 acabou de ser preso, em sua casa e levado para a Defaz.
A Polícia Civil confirmou ainda que o ex-governador Silval e Nadaf também são alvos dessa ação. Ambos tiveram mais uma ordem de prisão expedida. Segundo informaçõe spreliminares, os outros alvos da operação são empresários. Um deles foi identificado como Willians e o terceiro é Antônio Roni de Liz, dono da gráfica De Liz, que foi conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos e foi alvo de busca e apreensão.
Dois mandados de prisão são contra Cursi e Nadaf, Carla Cecília Cintra, ex-assessora de Pedro Nadaf, e o empresário Williams Paulo Mischur, segundo a Polícia Civil. Eles foram levados para a Defaz, que fica na mesma da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz).
Operação Sodoma I
Segundo o delegado, Lindomar Tófolli, o ex-secretário de Estado Pedro Nadaf, teria recebido o montante R$ 2,6 milhões como propina para manter benefícios de incentivos fiscais em Mato Grosso, por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), para o Grupo Tractor Parts.
A informação foi dada por um dos sócios do Grupo, João Batista Rosa, à Delegacia de Combate à Corrupção de Mato Grosso. Conforme o delegado informou, na primeira fase da ação, outras duas empresas devem compor novos inquéritos desta segunda fase da operação, que investiga a concessão irregular de benefícios fiscais e pagamento de propina.
Tolofi disse também que o ex-secretário da Secretaria de Indústria e Comércio (Sicme), Alan Zanatta, seria chamado para depor nesta etapa das investigações. “Alan Zanata vai entrar na segunda fase da Operação Sodoma. Será instaurado um inquérito separado, até porque ele está morando em Minas Gerais. Ele será investigado porque, nesse contexto da concessão do benefício, ele também já exerceu a função na Sicme”, disse o delegado. O antecessor de Zanatta, Pedro Nadaf, foi preso na primeira fase da operação juntamente com Silval e o ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi.
A lista de denunciados pela Delegacia Fazendária (Defaz), na primeira fase, teve oito pessoas que integravam diretamente o esquema: Karla Cecília de Oliveira Cintra, funcionária de confiança de Nadaf na presidência da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio); Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, procurador do estado aposentado; e Sílvio Cezar Correa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa no governo do estado; além dos já citados Silval Barbosa, Nadaf e Cursi.
O MP também requereu a devolução de quase R$ 2,6 milhões que seriam o valor obtido criminosamente pelos denunciados e a perda do cargo público de Marcel de Cursi, servidor de carreira da Sefaz.
Como funcionava o esquema
Para dar aparência de legalidade ao recebimento de propina, o ex-secretário de Indústria e Comércio, Pedro Jamil Nadaf, utilizou sua empresa, a NBC Assessoria e Consultoria, para emitir notas fiscais de prestação de serviços não realizados, mediante celebração fraudulenta de contrato de prestação de serviços. As notas da NBC eram enviadas pela funcionária Karla Cecília ao e-mail de João Batista Rosa.
A Polícia Civil apurou, que dentre o montante pago pelo empresário, mais de R$ 500 mil foram descontados e ‘lavados’ em factoring da capital, dentre as quais FMC e Invest Fomento.
Atualizada as 10h20min.Em breve mais informações…
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