A decisão dos cerca de 500 médicos que trabalham para a rede municipal de saúde de Cuiabá, em começar um greve nesta segunda-feira (02), foi frustrada pela decisão do desembargador Gilberto Giraldelli, após determinar ilegalidade preventiva, determinando que a classe "se abstenha da paralisão pretendida", sobe pena de multa de R$ 50 mil por dia, caso haja descumprimento por parte do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT).
A liminar com pedido de antecipação de tutela foi feita pela Prefeitura de Cuiabá, argumentumentando que o Sindimed não tentou negociar antes de declarar greve.
A paralização foi marcada dá após o prefeito Mauro Mendes (PSB) ter cortado 14% do Prêmio Saúde dos profissionais de saúde. Além disso, a categoria reclama das péssimas condições de trabalho na rede municipal, atrasos no pagamento de salários, falta de infraestrutura (falta de medicamentos e de estrutura para exames básicos).
A presidente do sindicato dos médicos Eliana Siqueira explicou que não pode mais postergar uma reforma nas condições da saúde na capital. “A saúde de Cuiabá está no fundo do poço! Falta tudo, desde limpeza até água e luz nas unidades de urgência e emergência! Agora médicos e enfermeiros em greve denunciam o descaso e cobram do poder judiciário medidas eficazes para que a prefeitura cumpra seus compromissos com a poulação e com os trabalhadores”. Reclamou a presidente do Sindmed, Eliana Siqueira.
"Não se descura que os profissionais da medicina, e todos aqueles ligados à saúde em geral, possuem interesses legítimos que devem ser considerados e albergados, todavia, não devemos assumir medidas extremadas, com prejuízo a população, que sofre com a saúde pública oferecida pelos Estados e Municípios, a qual há tempos vem sendo relegada ao abandono do material humano”, diz de trecho da decisão.