O Pentágono garantiu nesta terça-feira (23) que, apesar de ser "complicado" – e não especificar instalações alternativas -, é possível fechar a prisão da base naval de Guantánamo, em Cuba, antes que o mandato do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, termine em janeiro.
O porta-voz do Pentágono, Peter Cook, afirmou que o fechamento do presídio, onde permanecem 91 detentos, dependerá de "quão rápido" o Congresso se mobilizará e do compromisso do Legislativo em executar o plano apresentado hoje por Obama – qualificado por alguns senadores republicanos de pouco detalhado.
"Tudo isto depende, em grande medida, do Congresso e de quão rápido quer que se atue com base no plano que apresentamos", afirmou Cook em entrevista à imprensa. "Os responsáveis do Departamento de Defesa que analisaram o plano acham que é possível completar os objetivos – embora seja complicado, dado o calendário."
O plano elaborado pelo Pentágono considera 13 locais em território americano para realocar entre 30 e 60 presos de Guantánamo que poderiam não ser aprovados para transferências.
Os locais incluem prisões já existentes em estados como Colorado, Kansas e Carolina do Sul, assim como a construção de novas instalações em bases militares do país.
Esse ponto é precisamente o mais complicado na hora de cumprir os prazos de fechar Guantánamo, já que a construção e o acondicionamento pode levar anos – e porque as transferências a território americano necessitam de um acordo do Congresso, dominado pela oposição republicana.
O plano apresentado hoje e enviado pelo Departamento de Defesa ao Congresso representa a última tentativa de Obama de fechar a prisão e cumprir, assim, uma promessa que data de sua primeira campanha eleitoral, em 2008.
Guantánamo tem atualmente 91 detentos, mas já chegou a abrigar cerca de 800 presos, pouco após a sua abertura, ordenada pelo então presidente americano, George W. Bush, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Apoio democrata
A pré-candidata democrata Hillary Clinton, declarou apoiou ao plano. "Apoio o plano de hoje do presidente Obama para fechar o centro de detenção na baía de Guantánamo e fechar finalmente a porta deste capítulo de nossa história", afirmou Hillary em comunicado.
A pré-candidata à Casa Branca, que foi secretária de Estado de Obama entre 2009 e 2013, afirmou que, "durante anos, Guantánamo inspirou mais terroristas do que encarcerou". Disse também que o presídio "não fortaleceu nossa segurança nacional, a prejudicou".
"O fechamento de Guantánamo seria um sinal de força e determinação. O Congresso deveria aplicar o plano do presidente Obama o mais rápido possível, e de forma responsável", declarou Hillary, ressaltando que, como chefe da diplomacia americana, designou um enviado especial para agilizar a transferência de detentos da prisão.
Fonte: G1