Angelo Varela ALMT
Durante a audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação e Renúncia Fiscal, o primeiro secretário da Assembleia Legislativa – deputado Nininho (PR) – fez um discurso agressivo ao grupo JBS/Friboi. Durante sua fala notadamente nervoso, o parlamentar taxou a empresa de canalha e disse que o grupo quer extorquir Mato Grosso no intuito de levar proveito em tudo.
Nininho direcionou seus descontentamentos contra o representante da JBS S/A, Valdir Aparecido Boni e a equipe de advogados que o acompanhava. “O que ocorreu em Mato Grosso não se pode admitir. Havia tantas plantas frigoríficas nesse Estado, de famílias tradicionais que exploravam o mercado. Contudo hoje, o produtor é obrigado a vender para um grupo corrupto desse, um grupo canalha, que pega o dinheiro público para vir aqui fazer o que estão fazendo com nosso país”, disse.
Para o parlamentar, a empresa se aproveitou do estado e usou dinheiro de incentivos para bancar campanhas políticas de Dilma Roussef e Aécio Neves. “Esse grupo financiou a campanha da dona Dilma Rousseff, mas, não contente, financiou também a do Aécio Neves, porque é muito fácil de bancar o jogo dos outros, com dinheiro ganhado fácil”, acusou.
Criação de uma nova CPI
Por conta dessas suspeitas de desvio de dinheiro, por meio da concessão irregular de benefícios fiscais e possível sonegação, o deputado pediu durante a plenária para que os colegas o ajudem a criar mia uma CPI. “Nesse sentido é que vou propor uma CPI aqui nesta Casa. Quero saber qual a mágica que esse grupo faz para comprar 22 plantas frigoríficas, fechar 12 e simplesmente pagar o aluguel de outras para que elas fiquem fechadas, acabando com a concorrência, criado um monopólio.
Para garantir a abertura de mais uma CPI, o parlamentar precisará da assinatura de mais 16 colegas. Neste momento estão em andamento as CPI’s da Renúncia e Sonegação Fiscal, a da Copa, a das Organizações Sociais de Saúde e a do Ministério Público.
CPI
Por conta das suspeitas de irregularidades no recebimento de incentivos fiscais, a presidência da CPI, comandada pelo deputado José do Pátio (SD), convocou os representantes legais do grupo empresários de carnes. Na tarde desta quinta-feira (04), vários questionamentos ficaram sem respostas durante a oitiva que ouviu Valdir Aparecido Boni e sua equipe de advogados.
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