Política

Gestão de Silval pode ser responsabilizada por omissão no VLT

Ahmad Jarrah

Mais um processo poderá pesar sobre os ombros do ex-governador Silval Barbosa e os seus ex-gestores que não entregaram o Veículo Leve Sobre Trilhos em 2014. Desta vez, com o relatório preliminar da empresa KPMG Consultoria nas mãos – onde consta que o atraso para a entrega do modal, foi 68% de responsabilidade do poder Executivo – o governador Pedro Taques (PSDB) pode oferecer novas provas para que o ex-gestor seja novamente processado pela justiça.

A informação foi dada pelo procurador-geral do Estado, Patryck Ayala, nesta terça-feira (26) durante coletiva de impressa que mostrou o relatório preliminar realizada pela consultoria. “Esse relatório compartilha as responsabilidades e ele poderá derivar consequências externas. Pois se reconhece que houve algo anormal com esse contrato e que aconteceu omissão por parte dos gestores – e por isso estamos sofrendo consequências nocivas no contrato. Tudo isso será apurado pelos órgãos de controle – que já estão em andamento por meio da Controladoria Geral do Estado – e vão servir para punir ex-gestores que foram omissos incluindo consequências criminais”, argumentou o procurador.

De acordo com o estudo parcial da KPMG, a conclusão do VLT deve custar mais R$ 602 milhões aos cofres públicos. O valor é muito abaixo do R$ 1,135 bilhão requisitado pelo Consórcio VLT Cuiabá no ano passado, que elevaria o custo total final da obra para R$ 2,2 bilhões. Isso significa dizer que, se o Governo do Estado tivesse dado a ordem de serviço para continuidade das obras no início de 2015, teria perdido R$ 535 milhões.

O estudo, que deve ser finalizado em março, apontou que a obra deve custar R$ 535 milhões a menos que o valor exigido pelo consórcio construtor, ou seja, se tivesse dado continuidade à obra em 2015, o Estado teria tido prejuízo neste montante, dinheiro suficiente para a construção de seis hospitais com 300 leitos cada.

O procurador geral do Estado, Patryck Ayala, destacou a importância de ter ingressado com ação na Justiça contra o consórcio construtor. “O Estado está economizando e resguardando o dinheiro do cidadão. O governador Pedro Taques sempre disse que o Estado não colocaria um real a mais do que o devido para terminar esta obra. Estamos sendo responsáveis com o dinheiro do cidadão”, comentou.

Quanto ao atraso nas obras, o estudo destaca que parte dele ocorreu pela baixa produtividade nas desapropriações, visto que foram executadas sem projeto. Outro item destacado é a não realização da obra em três turnos, como previsto em contrato. Em outros casos, frentes de obras que não dependiam de desapropriações não foram iniciadas.

Preso desde o dia 17 de setembro de 2015, o ex-governador busca junto a justiça uma forma de sair do Centro De Custódia de Cuiabá (CCC). Barbosa está preso suspeito de integrar um grupo criminoso que teria desviado dinheiro público por meio de incentivos fiscais (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso – Prodeic), descobertos após a deflagração da Operação Sodoma liderada pelo Ministério Público do Estado (MPE).

Ulisses Lalio

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