Pessoas que buscam asilo na cidade de Middlesbrough, no norte da Inglaterrax, estão sofrendo abusos por terem sido abrigados em casas cujas portas são predominantemente vermelhas, o que as torna alvos fáceis para racistas (Foto: Phil Noble/Reuters)
Pessoas que buscam asilo na cidade de Middlesbrough, no norte da Inglaterra, estão sofrendo abusos por terem sido abrigados em casas cujas portas são predominantemente vermelhas, o que as torna alvos fáceis para racistas, noticiou o jornal Times nesta quarta-feira (20).
As casas são de propriedade de uma subcontratada da G4S, a gigante do setor de terceirização que tem sido envolvida numa série de escândalos ligados a casos de incompetência e abusos. Um porta-voz da G4S disse que a empresa subcontratada, a Jomast, vai repintar as portas.
Os refugiados em Middlesbrough disseram que ovos e pedras são lançados em suas janelas, fezes de cachorro são espalhadas sobre suas portas e gritos racistas são direcionados a eles, segundo a reportagem do Times.
A Grã-Bretanha não recebeu imigrantes em número tão grande quanto o absorvido por outros países europeus no ano passado, mas o nível de preocupação da população com a imigração encontra-se elevado, e as tensões se agravaram em muitas comunidades com alta concentração de migrantes.
O ministro da Imigração inglês, James Brokenshire, disse ter ordenado uma auditoria urgente sobre as casas dos refugiados no norte da Inglaterra, que são fornecidas pela G4S ao governo por contrato.
“Se encontrarmos qualquer evidência de discriminação contra as pessoas que buscam asilo, isso será tratado de imediato, e tal comportamento não será tolerado”, disse Brokenshire em um comunicado.
O Times citou Ahmad Zubair, do Afeganistão, dizendo que pintou sua porta da frente de branco para interromper o abuso, mas que um funcionário da Jomast a repintou de vermelho com a alegação de que era política da empresa.
“Casas de asilados têm portas vermelhas. Todo mundo sabe disso”, afirmou Zubair, segundo o jornal. “As pessoas gritavam em frente à casa, dizendo palavras de ódio para nós, lançado coisas em nossas janelas.”
Stuart Monk, dono e diretor-executivo da Jomast, disse ter comprado tinta em lotes para pintar todas as propriedades, uma prática comum entre proprietários de imóveis.
Fonte: G1