A Polícia Militar de Mato Grosso apreendeu em 2015 em todo o Estado, entre os meses de janeiro e novembro, 5.863 armas irregulares, sem registro, o que corresponde a 17,5 unidades ao dia. São 513 armas a mais que no mesmo período de 2014.
Desse total, 3.087 são de fogo, sendo 1.370 revólveres, 312 pistolas, 942 espingardas, quatro metralhadoras e três fuzis. O numero de armas brancas apreendidas (facas, facões e similares) também é grande – foram 2.776, conforme dados do Sistema de Estatística e Ocorrências Policiais (Seop) e da Seção de Planejamento e Estatísticas.
As apreensões ocorreram em diversas situações mas, principalmente, durante operações especiais, policiamento de rotina, atendimento de ocorrências criminais e por meio de denúncias de terceiros.
Além do grande número de revólveres e pistolas, que somaram 1.682 unidades, chama atenção nas estatísticas os 290 simulacros, ou seja, revólveres, pistolas e outras armas falsas, de brinquedo, a maior parte encontrada com suspeitos e autores de crimes.
Ranking de apreensões
Apenas durante a Operação “Impacto 3”, realizadas entre 14 de setembro e 11 de dezembro, foram apreendidas 546 armas de fogo. Nessa ação, o Comando Regional 1, sediado em Cuiabá, ficou em primeiro lugar no ranking das apreensões, com 112 armas.
Em seguida, o CR-2, em Várzea Grande, com 84 revólveres recolhidos; na terceira posição o CR-4 de Rondonópolis, com 49; logo depois o CR-8 de Juína, com 48 armas, e na quinta colocação o CR-10 de Vila Rica, com 47 armamentos retirados das ruas.
Reforço no policiamento
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, destaca que esses dados são um dos resultados das melhorias implantadas este ano na Segurança Pública. No caso da PM, ele destaca o maior aporte financeiro que possibilitou, por exemplo, a instituição da jornada extraordinária.
Com esse mecanismo, explica, a Polícia Militar praticamente dobrou o número de policiais nas ruas, especialmente em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop, cidades nas quais os índices de criminalidades sãos mais altos.
Conforme o coronel Zaqueu, esse incremento no efetivo permitiu à instituição executar mais operações estratégicas, desenvolvidas a partir da análise criminal da região, e reforçar o policiamento de rotina.
Armas de fogo
De acordo com o estudo ‘Mapa das Armas de Fogo nas Microrregiões Brasileiras’, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 2013, nos 10 anos de vigência do Estatuto do Desarmamento, cidades com maior prevalência de armas de fogo têm uma taxa de homicídios, em média, 7,4 vezes mais alta que aquelas nas quais a presença de armamentos é mais baixa.
Os pesquisadores, Daniel Cerqueira, Danilo Coelho e Roberto Siqueira, professores da PUC-RJ, integrantes do grupo de estudos Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia, concluíram que há evidências de que a difusão da arma de fogo concorre para o aumento da taxa de homicídios.
Em 2013, o “Mapa da Violência no Brasil”, apontou Mato Grosso em 8º lugar na prevalência de armas de fogo no país. Aqui, conforme a pesquisa eram 1.576,7 armas registradas por cada 100 mil habitantes.
Destino das armas
Na medida em que vão sendo apreendidas, as armas são entregues em unidades do Exército, como determina a legislação, para que possam ser destruídas e assim não voltem a circular.
Assessoria