Economistas elevaram mais uma vez a expectativa para a taxa básica de juros no fim de 2016 após o Banco Central reforçar a possibilidade de novo aumento no começo do ano, mas ainda assim as projeções para a inflação continuam elevadas. A pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira (28), mostrou que a projeção para a Selic no fim do próximo ano é agora de 15,25%, ante 14,75% na semana anterior.
Os analistas consultados mantiveram a expectativa de alta da taxa básica de juros, atualmente em 14,25 por cento, em 0,5 ponto percentual já em janeiro, depois de o BC mostrar que já não vê a inflação no centro da meta em 2017, destacando em seu Relatório de Inflação que conduzirá uma política monetária "especialmente vigilante".
Depois disso a pesquisa aponta que a expectativa é de nova alta de 0,5 ponto em março e mais uma de 0,25 ponto em junho, com a Selic caindo a 15,25 por cento em setembro. O mercado futuro de juros, por sua vez, já mostra pelo menos três altas de 0,50 ponto ao todo em 2016, com a primeira em janeiro, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne novamente.
Apesar da expectativa de aperto monetário, o cenário continua sendo de pressão inflacionária. A projeção para o avanço do IPCA em 2016 foi ajustada para baixo em apenas 0,01 ponto percentual, para 6,86 por cento.
Isso significa que a inflação estouraria o teto da meta do governo, de 4,5 por cento pelo IPCA com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O mesmo acontece neste ano, com a inflação chegando a 10,72 por cento, ante 10,7 por cento anteriormente.
A perspectiva para a alta do IPCA em 2017 permaneceu em 5,17 por cento, o que deixa a inflação acima do centro da meta oficial para aquele ano, de 4,5 por cento, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual.
No Relatório de Inflação, o BC projetou a alta do IPCA de 6,2 por cento em 2016 e passou a ver avanço do índice de 4,8 por cento em 2017. Para 2015, a projeção subiu a 10,8 por cento.
Já em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas continuam vendo contração de 3,7 por cento em 2015. Para 2016 a retração prevista chegou a 2,81 por cento, ante recuo de 2,8 por cento no relatório anterior.