O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse nesta terça-feira (15) que a vacina contra a dengue produzida pela multinacional francesa Sanofi Pasteur "está na iminência de conseguir aprovação no Brasil".
Na última semana, a vacina obteve o aval da agência reguladora do México, o primeiro entre 20 países no qual a empresa busca o registro. A autorização é necessária para a que a vacina possa ser comercializada no mercado.
Segundo o ministro, o principal impasse à vacina está nos custos para que ela seja oferecida à população. "Qual o problema? O custo é bastante elevado. Uma dose [a vacina é composta por três doses] custa em torno de 20 euros (R$ 84). Com uma população de 200 milhões de habitantes, isso fica inviável", afirma.
Também não haveria oferta para toda a população, diz o ministro, que teve um encontro com representantes da empresa nesta terça. "Estamos avaliando para ver como ficaria, porque seria muito caro", diz.
De acordo com Castro, uma ideia inicial seria oferecer a vacina para adolescentes de 10 e 14 anos, "porque é um público que se movimenta muito", diz, o que facilitaria a transmissão da doença.
Outra possibilidade é oferecer a vacina até que sejam finalizados os testes da vacina em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, que conta com apenas uma dose -no caso da Sanofi, são três. "É nossa grande esperança. Se isso acontecer, é um salto qualitativo muito grande", afirma o ministro.
Procurada, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirma que a análise do pedido de registro feito pela Sanofi vem sendo feita com prioridade, por se tratar de um produto novo e de interesse do governo federal para o combate à dengue.
Apesar disso, a agência diz que não há prazo para o término na análise. Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, disse que a expectativa é que a decisão ocorra no primeiro semestre de 2016.
ZIKA E MICROCEFALIA
Ao mesmo tempo em que espera o resultado da vacina contra a dengue, o ministro da Saúde diz que o governo "está disposto a fazer parcerias" para pesquisas de uma possível vacina contra o zika.
Um público-alvo em potencial, diz, seria as mulheres grávidas, devido ao aumento de casos suspeitos de bebês com microcefalia no país. O governo atribui o avanço de casos ao vírus zika, identificado no Brasil neste ano.
A afirmação ocorreu após visita à sala de coordenação e controle do Aedes aegypti, criada em parceria com o Ministério da Integração Nacional.
Segundo o ministro Gilberto Occhi, espaços semelhantes devem ser instalados até o fim deste ano em todos os Estados. A ideia é coordenar as ações do Exército e de agentes de saúde no combate ao mosquito vetor de dengue e zika.
Occhi diz que o objetivo é realizar inspeções em todos os imóveis residenciais, comerciais e públicos do país até o fim de janeiro, como forma de eliminar potenciais criadouros do mosquito.
Ele informa ainda que o governo está consultando a AGU (Advocacia-Geral da União) sobre quais os procedimentos que podem ser adotados no caso de imóveis fechados ou em que o proprietário se recusa a liberar a inspeção.
Fonte: Agência Brasil