Cidades

Empreendedores usam criatividade para fazer negócios em Cuiabá

Empreender com criatividade tem se tornado praticamente uma exigência do mercado, diante de tanta concorrência nos mais diversos segmentos. Não é difícil encontrar negócios que se diferenciam por apresentar ideias boas, simples e que caem no gosto da população, com uma aceitação muito grande.

Atividades que levam o indivíduo a exercitar a imaginação e explorar seu valor econômico. A economia criativa envolve processos de criação, elaboração e distribuição de produtos e serviços, a partir do uso do conhecimento e do capital intelectual como principais recursos.

Inicialmente, apenas alguns setores específicos recebiam essa classificação, como gastronomia, artes, artesanato, moda, cinema, vídeo, música, fotografia, design e arquitetura. No entanto, tais conceitos estão sendo cada vez mais estendidos a outras áreas. Até mesmo porque a criatividade não se restringe aos profissionais de segmentos específicos, e todos os setores podem ser influenciados pelos conceitos em questão.

Mesmo em tempos de crise, ideias diferentes e interessantes podem resultar em negócios alternativos que dão certo. Para a designer de moda Bianca Poppi, criatividade é um elemento imprescindível para o trabalho que ela vem desenvolvendo ao longo dos últimos dois anos, e que tem se consolidado pouco a pouco.

“O brechó começou com a Feirinha da 24 há quase dois anos. Trabalho com roupas usadas, acessórios vintage, com peças novas que eu mesmo confecciono e o resultado tem sido bom. Há pouco mais de um mês eu abri uma lojinha na galeria e agora tenho meu próprio espaço. Sem criatividade a gente não faz nada. Acho que é importante saber fazer algo com o que você tem em mãos, dentro das suas possibilidades”, diz.

Dentro do Espaço Magnólia (onde está instalado o Brechó da Poppi), outros integrantes também têm a criatividade como referência. Na galeria, funcionam uma loja de artesanato (Armazém da Creuza), um salão, um café, uma loja de bio-joias e uma de roupas. Juntos, os estabelecimentos procuram formas diferentes de ocupar o espaço.

“Aqui funciona como uma galeria e a gente tem a política de ocupação do espaço. Na Feirinha da 24 [evento que acontece na galeria], trabalhamos com artesanato, produtos que são feitos aqui mesmo e até com coisas usadas. No começo, o mote principal da feirinha era o desapego, para que as pessoas trocassem ou vendessem  livros, discos e outros produtos que não usam mais. Então a gente incentiva o consumo consciente e, além disso, é um espaço pra que as pessoas possam se conhecer e interagir”, sintetiza a designer de moda.

Lazer

Esporte e lazer não são segmentos que aparecem nos rankings e levantamentos sobre as principais atividades relacionadas à economia criativa. No entanto, algumas pessoas encontraram uma forma de trabalhar essas áreas de forma atrativa.

Na Arena Pantanal, autônomos se empenham enquanto as pessoas se divertem, após um dia cansativo de trabalho ou estudos. Alugar patins passou a ser a principal atividade de Fábio Martinelli. Praticante do esporte há mais de 15 anos, ele conseguiu fazer de seu hobby uma profissão. E o melhor: tem autonomia em sua rotina. 

“A gente tinha um grupo de patinação e muitas pessoas vinham perguntar se alguém alugava patins, então eu comecei com dois pares que eram do meu uso. Hoje são mais de 40 patins e todos os dias tenho público. É um negócio que está dando certo, eu faço meu horário, tenho liberdade e trabalho com algo que gosto”, conta. 

Além de disponibilizar os equipamentos, ele também oferece o serviço de instrutor, para clientes que têm vontade de praticar o esporte, mas não são muito habilidosos ou experientes. “Tenho um amigo instrutor que presta esse serviço aqui, pra quem está querendo aprender. Então é bom, porque a gente trabalha com algo prazeroso”, afirma Martinelli.

Trocar a rotina sistemática e pouco maleável das empresas convencionais por uma atividade autônoma, que permite mais flexibilidade no dia a dia é uma das vantagens também citadas por José e Matos Souza. Tudo isso foi possível a partir de uma ideia simples e que tem garantido bons resultados: alugar bicicletas “coletivas”, para que toda a família possa se divertir.

“Há pouco mais de um ano a gente sentiu que tinha espaço pra essa atividade e hoje em dia é um sucesso. Muitas famílias alugam, gente de todas as idades e é diferente porque as pessoas pedalam juntas na mesma bike. Quem não conhece tem que vir pra Arena Pantanal conferir”, convida Souza.

Força criativa

Segundo estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em 2012, a contribuição dos segmentos criativos foi de 2,7% do PIB em 2011. A instituição tomou como base a massa salarial gerada por empresas da indústria criativa naquele ano.

O resultado coloca o Brasil entre os maiores produtores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido para que o País alcance o patamar do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos, onde a economia criativa é bastante expressiva.

O levantamento da Firjan aponta ainda que o mercado formal de trabalho do setor é composto por 810 mil profissionais – o que representa 1,7% do total de trabalhadores brasileiros. Por conta do potencial dessa vertente econômica, foi criada no Brasil a Secretaria da Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura, que oferece benefícios para micro e pequenos empreendimentos criativos. 

Confira detalhes da reportagem no jornal Circuito Mato Grosso

 

Thales de Paiva

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