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Mesmo com a crise, setor da indústria continua crescendo em Mato Grosso

Apesar de ter uma economia consolidada principalmente pela força da agricultura, com índices de produtividade bem acima da média nacional, Mato Grosso também tem caminhado no sentido de alcançar um desenvolvimento mais sólido e promissor no setor industrial.

Atualmente, mais de 11.800 indústrias estão em atividade no Estado, segundo informações da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). Crescimento bastante expressivo na comparação com os últimos anos. Em 2008, apenas 7.150 unidades estavam funcionando nos municípios mato-grossenses. 

Com a instalação de centenas de empreendimentos, hoje essas empresas geram mais de 160 mil empregos diretos (números da Relação Anual de Informações Sociais). No ano de 2014, o setor exportou o equivalente a US$ 11,32 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). 

Mesmo com o cenário econômico desfavorável, o Estado continua sendo atrativo para investimentos. Enquanto na média nacional o Produto Interno Bruto (PIB) vem caindo três pontos percentuais, Mato Grosso vai crescer 2,8 pontos percentuais no ano – o que tem atraído a atenção de empresários e grupos empreendedores. 

Na avaliação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), a crise econômica pela qual passa o País não tem afetado a vinda de novos investimentos para o Estado. Indústrias, incluindo montadora de automóveis, são alguns dos segmentos a prospectar novos negócios em Mato Grosso. 

Grande parte da atividade industrial é voltada especialmente aos setores alimentício e metalúrgico. O Estado tem destacado aos potenciais investidores, as oportunidades de verticalização da produção primária na cadeia dos segmentos de base florestal, têxtil, mineral, de energia e do turismo.

Mato Grosso é hoje o maior produtor de soja e algodão do País e possui o maior rebanho bovino. Com toda essa gama de produção e liderança, o governo vem trabalhando para atrair investimentos que possam agregar valor às matérias-primas com inovação e tecnologia para o Estado continuar crescendo economicamente, gerando oportunidade de emprego e renda.

“Mato Grosso é um Estado agro, mas precisamos fazer um segundo passo que é a agregação de valor dos nossos produtos. Estamos com uma nova estratégia que é o Investe MT, que irá fazer a captação e atração de novos investidores, de indústrias e também de processos de comercialização para, cada vez mais, verticalizar a produção”, avalia o secretário de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo.

A fabricação de produtos alimentícios, bebidas, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis tiveram saldo positivo no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado. Já as indústrias do ramo madeireiro, de produtos químicos e fábricas de minerais não-metálicos (produção de adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio) tiveram resultados abaixo do alcançado no referido período.

Depois de Cuiabá, Rondonópolis e Várzea Grande, Lucas do Rio Verde, Alto Araguaia, Nova Mutum, Sorriso, Primavera do Leste, Sinop, Tangará da Serra, Barra do Garças e Campo Novo do Parecis são os municípios com maior atividade industrial. Empreendimentos que ajudam a movimentar e diversificar a economia.  

Desestímulo

No ano passado, Mato Grosso alcançou o topo de um ranking nada desejado no cenário nacional. Após reajuste de 11,16% da concessionária de energia (Cemat), o Estado deixou a segunda posição e passou a ter a tarifa de energia elétrica mais cara do País, de R$ 424,27 megawatt/hora (MWh), segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Situação que praticamente não mudou no decorrer de 2015.

 “Hoje temos a segunda energia mais cara do Brasil, que por sua vez tem a tarifa mais cara do mundo para indústria. Esse custo, realmente onera muito a produção industrial. Se reduzisse o imposto sobre a energia, retirasse a alíquota de ICMS, por exemplo, a indústria mato-grossense conseguiria ser mais competitiva no mercado nacional e internacional. Uma indústria competitiva só tem a contribuir com o desenvolvimento do Estado. Afinal, uma indústria pujante é sinônimo de mais emprego e renda para Mato Grosso”, afirma o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.

A falta de infraestrutura e logística também caracteriza um grande desafio para o setor industrial no Estado, que tem o frete mais caro do País. A escassez de incentivos e o excesso de carga tributária também são fatores que continuam impedindo o pleno desenvolvimento do segmento.

“Esperamos ainda pela reformulação do programa de incentivos fiscais, já que se torna inviável produzir aqui sem eles. Outro ponto crítico é o massacre que o setor produtivo sofre pela carga tributária. Tanto que esse foi apontado na Sondagem Industrial, por 44% dos empresários ouvidos, como o principal problema enfrentado. Ou seja, a redução de impostos contribuiria, e muito, para aumentar a nossa competitividade. Portanto, são muitos os entraves que prejudicam o desenvolvimento da indústria, e desejamos que estes sejam alguns dos assuntos com tratamento prioritários nas esferas públicas, por se tratar de um setor tão importante não só para o crescimento da economia, mas, principalmente, para o desenvolvimento social do Estado”, complementa Milan.

Segundo informações da Sedec, a “Lei Investe Indústria”, em fase de elaboração, deve proporcionar um tratamento tributário diferenciado para as indústrias que se instalarem ou que estejam modernizando suas plantas em Mato Grosso. “O objetivo é promover o crescimento, modernização e diversificação das atividades econômicas no Estado estimulando a realização de novos investimentos, a inovação tecnológica das estruturas produtivas para fomentar a regionalização da geração de emprego e renda e, assim, agregar vantagem competitiva para Mato Grosso e seus investidores”, informa, em nota, a assessoria da Sedec.

Confira detalhes da reportagem no jornal Circuito Mato Grosso

Thales de Paiva

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