Priscila procurou a mãe duas vezes, mas não conseguiu localizá-la (Foto: Wilson Aiello/EPTV)
Por 32 anos a manicure Priscila de Faria, moradora de São Carlos (SP), teve dúvidas quanto à mãe biológica. Ela não tinha conhecimento de sua origem e nem a oportunidade de agradecer por ter sido entregue à adoção, mas tudo mudou nesta semana, quando as duas tiveram um reencontro virtual. "Peço que ela perdoe o que eu fiz", disse Leonilda Pereira Vaz em uma entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná. Ainda não há previsão para o reencontro de mãe e filha.
Nascida no Paraná, Priscila foi entregue para a adoção quando tinha menos de dois anos e ainda em Curitiba tentou procurar pela mãe biológica duas vezes, mas não obteve sucesso.
“Aos 13 anos, fui atrás, não achei nada e meio que desisti. Depois de casada, eu procurei mais uma vez, a gente teve uma informação, fomos atrás, mas não achamos nada e aí eu desisti”, contou a manicure, que se mudou para o interior de São Paulo há oito anos.
A intenção do contato, disse a filha, era agradecer a mãe, não culpá-la pela atitude. “Ela teve coragem numa época que não é como hoje, hoje em dia é comum ser mãe solteira, hoje em dia é comum uma mulher ser chefe de família, naquela época não era. Eu entendo o lado dela, eu sempre pensei que foi muito difícil ela abrir mão”.
Localização
A oportunidade de contar sobre sua gratidão surgiu nesta semana, depois de uma reportagem da RPC. Uma tia de Priscila procurou a redação móvel da emissora no Paraná para participar do quadro 'Desaparecidos'.
A emissora entrou em contato com a EPTV em São Carlos, que localizou a filha na cidade. “Eu dei ela naquele tempo porque eu não podia criar, eu era muito doente, morava sozinha”, contou a mãe de Priscila, Leonilda Pereira Vaz, ao repórter da emissora.
Após o depoimento, a manicure recebeu um áudio em que dona Leonilda diz que ama a filha e não vê a hora de encontrá-la e uma mensagem em vídeo. “Eu quero dizer para ela que eu amo muito ela, sinto muita saudade dela e peço que ela perdoe o que eu fiz porque eu não fiz por querer, eu fiz porque eu estava muito doente de saúde, naquele tempo não tinha saúde boa”, afirmou a mãe nas imagens, despertando o choro de Priscila e das três netas.
“Eu estava meio receosa. Vou, não vou, deixo essa história, não deixo, o que eu faço? E minha filha falou: ‘Mãe, você não tem nada a perder, vai lá, conhece, se for bom, a gente segue em frente, se não for bom, as duas se conheceram e ponto final’”, explicou Priscila, que também fez questão de mandar um recado.
Agradecimento
“Mãe, eu não tenho nada para te perdoar. Eu sou muito agradecida a você, agradecida pela tua decisão, por ter me dado para uma família de bem, por não ter me abandonado, não ter me deixado em um orfanato ou com qualquer outra pessoa que pudesse fazer algum mal”.
Ainda não há previsão para o reencontro das duas já que ambas não têm condições de pagar a viagem.
Leonilda Pereira Vaz, mãe biológica de Priscila, que hoje vive em São Carlos (Foto: Reprodução/ RPC)
Fonte: G1