Cidades

PM deteve mais de 30 em protestos contra reorganização escolar

Estudante é detido por policiais militares durante protesto de alunos na Rua Lacerda Franco, em Pinheiros (Foto: Marivaldo Oliveira/Futura Press/Estadão Conteúdo)

A Polícia Militar (PM) deteve mais de 30 pessoas nesta semana durante protestos contra a reorganização escolar em São Paulo. O levantamento feito pela TV Globo foi divulgado na manhã desta sexta-feira pelo Bom Dia São Paulo.

De acordo com os dados, de segunda-feira (30 de novembro) até a última quinta (3), policiais militares detiveram 33 pessoas em 20 manifestações que bloquearam ruas e avenidas da capital.

O G1 procurou as assessorias de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) e da PM para comentarem os dados, mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem.

Por meio de nota, a SSP havia informado nesta semana que a PM “acompanha os protestos para resguardar a integridade física de todos os cidadãos e o direito à manifestação”.

Em entrevista ao G1, o secretário da SSP, Alexandre de Moraes, também havia dito nesta semana que a Polícia Militar não irá retirar os alunos das escolas ocupadas, mas vai desbloquear as vias que forem fechadas pelos estudantes.

“A SSP lamenta que os manifestantes continuem desrespeitando a Constituição Federal, deixando de realizar o prévio aviso de locais onde irão atuar e bloqueando integralmente grandes vias de acesso, de maneira a impedir o legítimo direito de ir e vir de estudantes e trabalhadores”, informa nota da pasta da Segurança.

Entre os detidos, a maioria é de alunos. Os adultos são presos e os adolescentes apreendidos. Policiais disseram à equipe de reportagem que tentaram negociar a liberação das vias com os estudantes, mas, como eles se recusaram, foi preciso agir, inclusive com o “uso progressivo da força”.

Bombas de efeito moral e sprays de gás pimenta foram usados pelos agentes para dispersar os bloqueios das vias. Ao menos na capital não há relatos de que balas de borracha foram usadas. Segundo a PM, algumas pessoas foram detidas por desacato, desobediência, resistência, dano ao patrimônio e corrupção de menores.

“A SSP permanecerá atuando para impedir que haja dano ao patrimônio, seja público ou privado, incitação de crime ou tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho”, continua a nota da secretária.

Parte dos detidos disse à imprensa que as detenções da PM foram arbitrárias e que os policiais foram truculentos.

Ainda nesta semana, a Ouvidoria das Polícias informou que recebeu ao menos oito denúncias de excessos praticados por policiais militares. O órgão irá encaminhar as acusações para apuração da Corregedoria da PM e Ministério Público (MP).

Estudantes alegam que ocupam escolas e passaram também a bloquear vias porque o governo paulista não quer dialogar com eles sobre a reorganização escolar.

Nesta semana, representantes do governo informaram que vão abrir audiência pública na próxima semana para discutir a reorganização escolar.

Fonte: G1

Redação

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