Fachada do Ministério de Minas e Energia, no DF, suja de lama jogada por manifestantes (Foto: Jéssica Simabuku/G1)
Manifestantes que participavam de uma marcha na Esplanada dos Ministérios na tarde desta terça-feira (1º) sujaram de barro a parede do Ministério de Minas e Energia e pintaram de vermelho faixas da via próximo ao edifício. O grupo, de cerca de 50 pessoas, protestava contra a mineração no Brasil e os danos causados por rompimento de barragem em Mariana, em Minas Gerais.
Os manifestantes eram ligados a 17 movimentos sociais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eles também apoiavam uma marcha iniciada mais cedo por trabalhadores e usuários da saúde em defesa do SUS.
Ao chegarem ao Ministério de Minas e Energia, os manifestantes ligados aos movimentos sociais jogaram barro na fachada do prédio e tinta na via e deitaram no chão.
“Viemos para a caminhada denunciar o que as empresas têm feito nas regiões florestais. O que aconteceu em Mariana é triste. As pessoas, florestas e rios estão contaminados por culpa deles e isso afeta a saúde dos brasileiros também”, disse a líder do movimento que reunia integrantes dos movimentos, Mercedes Queiroz.
De acordo com a Polícia Militar, havia 3 mil pessoas na marcha. A organização estimou em 15 mil o número de participantes. O grupo fechou quatro das seis faixas da Esplanada dos Ministérios enquanto marchava em direção ao Teatro Nacional. Por volta de 17h30, os manifestantes começaram a se dispersar.
Pearl Jam
Nesta terça, a banda americana Pearl Jam anunciou que vai doar US$ 100 mil às pessoas dos distritos afetados pela tragédia em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. "Nós vamos doar $100k para ajudar as comunidades impactadas pela tragédia no Brasil", disse o grupo no Twitter.
No dia 20, durante show da banda no Mineirão, em Belo Horizonte, o vocalista Eddie Vedder disse que os responsáveis pelo desastre em Mariana, após o rompimento da Barragem de Fundão, devem ser "duramente punidos e cada vez mais punidos".
O vocalista parou o show e discursou em português contra empresas que exploram o meio ambiente. "Acidentes tiram vidas e destroem rios. E ainda assim eles conseguiram lucrar. Esperamos que eles sejam punidos, duramente punidos e cada vez mais punidos. Para que nunca esqueçam o triste desastre causado por eles", disse Vedder, sendo ovacionado pelo público de 42 mil pessoas.
Nota rebaixada
Também nesta terça, a agência de classificação de risco Fitch colocou o rating da mineradora Vale "BBB+" em observação negativa, refletindo a maior probabilidade de que a empresa terá que dar apoio à sua subsidiária Samarco, que foi rebaixada para grau especulativo, após o desastre ambiental provocado pelo rompimento de uma barragem de rejeitos em Minas Gerais.
"Há um alto grau de incerteza em torno das várias implicações para o perfil de crédito da Vale relacionadas à possibilidade de dar apoio à sua joint venture com a BHP Billiton caso isso seja necessário", disse a agência em um comunicado. A observação negativa significa que uma eventual redução de classificação pode ocorrer em um prazo de três a seis meses.
O consultor-geral da Vale, Clóvis Torres, disse na sexta-feira que a mineradora e a sua sócia BHP Billiton poderão ser chamadas a pagar eventuais indenizações apenas se a Samarco não tiver condições de arcar com todos os custos, destaca a Reuters.
Mas Torres ressaltou que a Samarco, dona da barragem rompida, "não é uma empresinha qualquer, é uma empresa grande, ela tem recursos para pagar por eventuais danos que tenham sido causados por suas operações".
Fonte: G1