Suspeitos são presos pela polícia na operação contra tráfico na Cracolândia (Foto: TV Globo/Reprodução)
Subiu para 11 o número de pessoas presas suspeitas de abastecer a Cracolândia, área de concentração de usuários de drogas no Centro de São Paulo. As prisões ocorreram entre a madrugada desta segunda-feira (30) e a manhã desta terça (1), na capital, Grande São Paulo e no interior do estado.
A operação, realizada pelo Departamento de Narcóticos (Denarc), buscava cumprir 19 mandados de busca e de prisão. Na capital, parte dos procurados estava na Favela do Moinho, região central da cidade. A polícia afirma que os microtraficantes são cadastrados pela quadrilha e só compram dos fornecedores indicados por ela.
Na Cracolândia, o grupo vende, em média, 7 mil pedras de crack por dia. Em um vídeo feito por policiais, uma mulher é flagrada revendendo a droga. Ela faz propaganda do produto, dizendo que o crack é o "chifre do demônio", uma droga "muito boa".
A mulher flagrada no vídeo também foi presa nesta terça-feira e levada para o Denarc. A filha dela, uma ex-estagiária da Defensoria Pública, também foi presa porque escondia, em casa, mais de quatro quilos de crack e haxixie.
Um casal foi preso em Sorocaba. Eles viviam em uma casa espaçosa, de dois andares, que ainda estava sendo decorada. Segundo a polícia, Elisabeth guardava em casa R$ 40 mil reais, que seriam usados para comprar uma carga de crack. A sócia dela, segundo a investigação, conseguiu fugir.
"O que essas duas mulheres fazem: elas arrecadam o dinheiro, transformam o dinheiro em dólar, viajam para estados fronteiriços do Paraguai e da Bolívia, pagam a droga e essa droga em seguida é transportada por terceiros que não são essas duas mulheres", explicou o delegado do Denarc, Alberto Pereira Matheus Junior.
A polícia afirmou que as prisões são fruto de seis meses de investigação, na qual foram identificadas 15 pessoas ligadas ao tráfico na Cracolândia.
Enquanto aconteciam as buscas, o movimento de usuários no maior ponto de tráfico e consumo de drogas da cidade era intenso. Atualmente, os usuários de droga estão concentrados na esquina da Alameda Cleveland com a Rua Helvétia.
A Prefeitura atua na região com o programa braços abertos. Nele, os usuários recebem R$ 15 por dia para trabalhar na varrição, além de serem abrigados em hotéis da área. Guardas Civis Metropolitanos monitoram os usuários, mas o tráfico segue acontecendo. Segundo a polícia, na Cracolândia são consumidas por dia de cinco a sete mil pedras de crack.
Fonte: G1