Movimento no comércio da Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, durante o Black Friday Rovena Rosa/Agência Brasil
Às 16 horas de hoje (27), faltando oito horas para o fim da Black Friday, o faturamento com o dia de promoções já havia chegado a R$ 785 milhões, segundo a consultoria Clearsale. A sexta-feira de ofertas é uma tradição norte-americana e está sendo promovida no Brasil, pelo quinto ano consecutivo, pelo portal Busca Descontos.
Em 2014, o faturamento chegou a R$ 871,9 milhões, de acordo com a estimativa da Clearsale. Neste ano, uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) indiciou que 34,6% dos consumidores com mais de 18 anos pretendem aproveitar a Black Friday para fazer compras. Entre os que pretendem adquirir produtos e serviços, a previsão de gastos é, em média, de R$ 1.007 por pessoa. No ano passado, o gasto médio por consumidor ficou em R$ 856.
Na Rua Teodoro Sampaio, centro comercial da zona leste paulistana, apesar dos diversos cartazes negros anunciando ofertas, o movimento nas lojas não era grande. O gerente de uma das filiais das Lojas Pernambucanas, Rodrigo Brizola, admitiu que, pela manhã, ainda haviam menos consumidores que o previsto.
“O movimento não começou como esperávamos, mas a expectativa é melhorar ao longo do dia”, ressaltou. Segundo o gerente, a loja pretendia ao menos atingir o resultado da data em 2014, quanto o movimento foi cerca de 20% maior que em um dia normal.
As Pernambucanas veicularam na televisão dois vídeos publicitários feitos exclusivamente para a Black Friday. Entre as vantagens oferecidas, está a possibilidade de parcelar produtos das linhas lar e eletro em até dez vezes sem juros.
As condições especiais não animaram a aposentada Ruth Teixeira. “Estou à procura de dois cobre-leito solteiro e não encontrei preço bom. É o mesmo valor daa semana. Nem os lençóis abaixaram como a gente esperava”, afirmou a consumidora, que esperava descontos de pelo menos 50%.
Outras grandes redes aderiram à data. As Casas Bahia e o Ponto Frio abriram mais de mil lojas do grupo mais cedo, às 7h. Os descontos anunciados pelas duas redes, especializadas em moveis e eletrodomésticos, chegaram a 80%.
A concorrente Magazine Luiza anunciou 4 mil produtos com a oferta de melhor preço dos últimos 60 dias. Uma das maiores desconfianças dos compradores em relação à promoção é que algumas vezes os valores são aumentados poucos dias antes e depois oferecidos com desconto.
A pesquisa do SPC indicou que 44% dos consumidores pretendiam pesquisar para confirmar se os preços estão realmente mais baixos que o normal. Ruth informou que já passou por uma situação como essa. “Ano passado, fique na fila uma noite e um dia inteiro. Quando cheguei lá, eles aumentaram o preço para depois abaixar.”
A cuidadora de idosos Arlete dos Santos ficou satisfeita com as duas calças que comprou. “A qualidade é superior ao valor.”
Arlete disse que estava precisando das roupas e aproveitou o dia de ofertas. Em 2014, as roupas foram o item mais comprado durante a Black Friday, preferidas por 33% dos compradores. Em seguida, vieram os calçados (28%) e os celulares (27%).
O Procon de São Paulo registrou em 2014 1.356 atendimentos relativos à Black Friday. As maiores reclamações foram indisponibilidade do produto ou serviço anunciado, páginas de compra com falha e mudança de preço na finalização da compra.
Conforme o Procon, mesmo durante o dia de promoções valem todos os direitos garantidos em lei, inclusive os relativos a reclamações de desistência de compra.
Fonte: Agência Brasil