Cidades

ONG cria sistema para notificar ocorrências em escolas ocupadas

Site cadastra dados para envio em massa de alertas por SMS sobre as escolas estaduais ocupadas em SP (Foto: Reprodução/Minha Sampa)

A ONG Minha Sampa, que realiza parcerias de mobilizações em campanhas de políticas públicas urbanas em São Paulo, criou um sistema de cadastro de usuários para centralizar a notificação de ocorrências nas escolas estaduais paulistas ocupadas por estudantes. Batizado de "De guarda pelas escolas", o sistema foi lançado na última terça-feira (24) e, segundo a ONG, recebeu 1.300 cadastros em 24 horas. Até a noite desta quinta-feira (26), o site tinha mais de 1.700 cadastros.

VEJA O MAPA DE OCUPAÇÕES DAS ESCOLAS

A ocupação de escolas no estado de São Paulo completa 17 dias nesta quinta com 174 unidades com  manifestantes contrários à reorganização do sistema estadual de ensino e ao fechamento de 92 unidades.

O dado é da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que afirma ainda que 30 já foram desocupadas – dessas, porém, apenas 12 constavam como ocupadas em listas divulgadas anteriormente pela pasta e pelo sindicato dos professores – Apeoesp. Segundo o sindicato, 185 escolas estão ocupadas e apenas 4 foram deixadas pelos estudantes.

Dezenas de escolas estão ocupadas em São Paulo contra a proposta de reorganização do governo estadual (Foto: Editoria de Arte/G1)

Envio em massa de SMS
A diretoria-executiva do Minha Sampa, Anna Lívia Arida, afirmou ao G1 que a proposta é reunir e-mails e números de telefone celular de pessoas que apoiam as ocupações, e avisá-las sempre que houve alguma necessidade de ajuda. A estrutura da iniciativa é bancada pela própria ONG, segundo ela.
"A gente tem um serviço contratado de envio de SMS, a gente sobe nossa base de dados lá, escreve a mensagem que a gente quiser e faz o disparo", explicou Anna Lívia.

De acordo com ela, a ONG apoiou o protesto dos estudantes por concordar com a reivindicação. "É um jeito de as pessoas no fundo valorizarem o fato de os estudantes estarem se engajando numa questão de política pública. Os alunos estão pedindo uma coisa muito legítima, diálogo, não ter uma política pública de cima para baixo, ter conversa."

Mediação e proteção
A participação de outros estudantes e adultos como "guardiães" das escolas tem como objetivo proteger as ocupações fisicamente e ajudar na mediação entre os manifestantes e o governo, diz Anna Lívia, e para evitar confrontos com a polícia.

Ao G1, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que "o diálogo constante com os alunos e seus pais é realizado pela Secretaria da Educação, não ensejando qualquer participação da SSP, que somente atuará, por meio da Polícia Militar ou Civil, nas ocorrências criminais, caso elas aconteçam e para resguardar a integridade física de diretores, professores e alunos que queiram ministrar e assistir às aulas".

Nesta quinta, a equipe da ONG disse que disparou um aviso sobre o tumulto ocorrido na Escola Estadual Romeu de Moraes, quando estudantes tentaram ocupar o local, mas a diretora da escola acionou a Polícia Militar.

Neste caso, a PM informou, por meio de nota enviada pela SSP, que "a direção da Escola Estadual Romeu de Moraes solicitou o comparecimento de uma viatura nesta manhã para acompanhar uma manifestação na unidade. Não foi registrada nenhuma ocorrência grave no local e as aulas continuam normalmente".

Fonte: G1

Redação

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