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República Dominicana nega retorno de menina sequestrada

A menina Ida Verônica Feliz, de 11 anos, sequestrada em 2013, não deverá voltar a Cuiabá, onde morava com a família adotiva desde que era bebê. A Justiça da República Dominicana negou o pedido do governo brasileiro para o retorno da criança, que estaria naquele país com os pais biológicos, com os quais ela nunca tinha convivido, segundo a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), ligada à Presidência da República.

A mãe adotiva de Ida Feliz, Tarcila Gonçalina de Siqueira, lamentou a decisão e disse que ainda tem esperança. "Passaram essa notícia para mim e depois passei para o advogado. O processo [do pedido de guarda definitiva] daqui não pode parar", disse. ´Para ela, a filha está sofrendo, porque está com pessoas que nunca tinha visto. "Fiquei sabendo que ela está lá [na República Dominicana] com uma avó que ela não conhecia, não tinha vínculo nenhum", afirmou.

As negociações com o governo Dominicano começaram depois que a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) divulgou que Ida Verônica havia sido localizada na região de Cassola, na Itália, em janeiro deste ano. No entanto, no mês seguinte, a SDH alegou ter ocorrido um equívoco e que ela estava, de fato, na República Dominicana, onde moravam os avós maternos dela. A mãe biológica dela é dominicana e o pai, italiano.

Ida foi levada à força por um homem que invadiu a casa dela, no Bairro Goiabeiras, em Cuiabá, em abril daquele ano. Ele fingiu estar interessado em comprar um terreno, para entrar na casa, no momento em que a menina estava com a irmã adotiva. Desde então, ela não foi mais vista.

Conforme a Secretaria de Direitos Humanos, o pedido de retorno da criança ao Brasil foi feito em fevereiro deste ano com base no previsto na Convenção de Haia, de 1980, sobre o sequestro internacional de crianças, e negado no mês passado. "O processo sobre o retorno da criança foi encerrado em 9 de outubro de 2015, após decisão proferida pelas autoridades judiciais da República Dominicana que julgou improcedente o retorno da criança ao Brasil", diz trecho da nota da SDH. O caso corre em sigilo.

Quando Ida tinha quatro meses, os pais biológicos foram presos no Brasil por tráfico de drogas e ela a menina foi entregue aos cuidados de uma mãe adotiva ainda aos quatro meses. A irmã adotiva dela trabalhava como camareira no hotel em que ela foi deixada.

Após levar a menina, os sequestradores entraram em contato com a família adotiva por meio de mensagem SMS e ameaçaram matá-la caso a polícia continuasse investigando o caso.

Na tentativa de localizar o homem que entrou na casa da família e arrastou a menina até o caro, conduzido por outra pessoa, a Polícia Civil de Mato Grosso, que, inicialmente investigou o crime até identificar que a menina já não estava mais no país, divulgou um retrato falado do rapaz. À época, a família pediu que a polícia parasse com as investigações.

Um mês após o sequestro, a Justiça de Mato Grosso determinou a prisão dos pais de Ida Verônica. A decisão do juiz auxiliar da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da capital, Jamilson Haddad Campos foi encaminhada à Interpol, que começou a atuar no caso na tentativa de localizar a menina.

Como as negociações entre Brasil e República Dominicana corriam em sigilo, a última informação divulgada sobre o caso foi a da prisão dos pais da criança, na Itália, em maio deste ano.

A família adotiva da menina não tem a guarda definitiva dela. Um pedido foi feito à Justiça pela mãe adotiva da criança, que conseguiu a guarda provisória de Ida Verônica em 2007. Na época, a menina tinha três anos. Ela permaneceu com a família até os 8 anos, quando foi sequestrada.

Fonte: G1

Redação

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