Política

Bolsonaro fala em fuzilamento de MST, eleições e corrupção

Antes de entrar em um evento com o tema central sobre direitos humanos, em Cuiabá, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ) disse que os membros do MST (Movimento dos Sem Terra) precisam ser recebidos com fuzis pelos proprietários de terras. A declaração foi feita na manhã desta sexta-feira (13) na sede da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). Bolsonaro chegou a capital, ontem (12) e discutirá também sobre a conjuntura política e alianças no Partido Progressista. 

Com algum humor, o deputado recebeu os jornalistas ‘ciente do fuzilamento’ pela imprensa. “Já começará o processo de fuzilamento. Mas vamos lá, se eu precisar dar um ‘pau’ em vocês eu darei sem dó”, ironizou o parlamentar.

Questionado sobre o MST ele foi taxativo e sem rodeios: “O MST são uns marginais! Invadem a sua propriedade produtiva, depredam, matam os bois, destroem as plantações, queimam os tratores essa é a regra deles. Você acredita que eles tem que ser recebidos como? Com uma mesa e pão de ló em cima? A reforma agrária é uma falácia e o mundo evoluiu”, argumentou.

O deputado também disse que em outros casos de ataques a polícia precisa intervir e todos consideram como terrorismo, contudo essa postura é flexibilizada nos movimentos sociais. “Você não pode obstruir as rodovias com viaturas, mas o MST pode colocar paus, pedras, pneus queimados. Se nós colocarmos fogo num avião isso é terrorismo, agora se o MST, ou os movimentos sociais põe não é?! O papel do estado é tratar todos de forma igualitária perante a lei”, concluiu.

Candidato à presidência

O deputado também falou no encontro da AMM, que não deixará de falar o que pensa para construir alianças que viabilizem sua candidatura a presidência da república. “Não estou preocupado caso venha ser um candidato no executivo, ou em ganhar. Não vou trair meus pensamentos e não serei o ‘Bolsonarinho paz e amor’. Como o Lula foi e a Dilma foram e agora até o ex-presidente assumiu que mentiu nas campanhas. E como está o Brasil na economia? Na roubalheira que o PT escancarou na Petrobras? Não vou fazer uma política pensando em fazer alianças desse tipo, para conseguir chegar lá”, argumentou. 

Além disso, Jair explicou que se emocionará caso seja eleito ao cargo mor do executivo brasileiro. “E não fique pensando que quando eu vencer um cargo no executivo eu vá soltar fogos ou comprar um vinho caro. Eu vou é chorar, pois o nosso país está uma desgraça! O Brasil está quebrado e desmoralizado. Você não sai daqui para fazer negócio em outro lugar do mundo sem o manto da desconfiança. Faço minha campanha com R$ 500 mil, mas sem acordos escusos”, concluiu.

Chegada a Cuiabá

Bolsonaro foi recebido por mais de 100 pessoas no aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, nesta quinta-feira (12). Com faixas e cartazes e ao som de "Fora Dilma" e "Bolsonaro presidente do Brasil", o deputado sorridente até posou para selfies e fotos com grupos de simpatizantes.

A maioria dos ‘fãs’ fazem parte do ‘Movimento Gigantes do Brasil’ que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff (PT) da presidência.

Jair Bolsonaro é um militar da reserva e político. Enquanto capitão foi punido por fazer reivindicações públicas por melhores salários e condições adequadas de trabalho. Com essa bandeira, deixou o Exército ao ser eleito vereador no Rio de Janeiro em 1988. Depois de dois anos de mandato elegeu-se para a Câmara dos Deputados, tendo sido reeleito para o sétimo mandato consecutivo nas eleições deste ano.

Politicamente, Jair Bolsonaro se define como um político de direita, defendendo a valorização do Estado brasileiro, das instituições públicas, em especial das Forças Armadas e, de forma intransigente e os valores da família tradicional.

Última atualização 11h.

Ulisses Lalio

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