Cidades

Funcionários da ONU compartilharam conteúdo pedófilo por e-mail

Quatro funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) foram demitidos nos últimos 18 meses por distribuir e armazenar "material pornográfico com o envolvimento de menores" de idade em computadores de trabalho e contas de e-mails corporativos, noticiou o jornal britânico The Guardian nesta quinta-feira (29/10).

Dez funcionários foram demitidos por estupro de crianças e por abusos sexuais na última década, informa o jornal com base em relatórios da instituição. A ONU, no entanto, não menciona em seus informes nenhum registro de ação penal contra os funcionários.

O jornal britânico lembrou, como exemplo de como a entidade tem tratado casos como esses, o ocorrido entre 2007 e 2008, quando um funcionário da instituição foi encontrado “usando repetidamente laptops da ONU para baixar e ver materiais de pedofilia”. Ele foi repreendido por ter “persistido com a mesma conduta, apesar de ter sido formalmente alertado sobre a utilização indevida de propriedade da ONU”.

Como punição, o funcionário foi afastado do serviço com indenização [das verbas rescisórias] em lugar de ser demitido por justa causa.

"Câncer no sistema"
Não se trata, portanto, de casos isolados. Em abril, o The Guardian revelou que um oficial da ONU foi suspenso por vazar um informe detalhando abusos sexuais cometidos contra crianças em situação de rua na República Centro-Africana.

Semanas antes, a entidade classificara o abuso sexual como um “risco significante” para as missões de paz da ONU e o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, chegou a descrever o abuso sexual por parte dos soldados em missões de paz como um “câncer em nosso sistema”.

Por essa razão, diversas pessoas têm questionado a forma como a ONU lida com as denúncias de abuso sexual. Para o diretor do Instituto por Justiça e Democracia no Haiti, Brian Concannon, a entidade tem lidado com a questão de forma aquém do necessário: “a resposta das Nações Unidas mostra o quanto a organização está enterrando a cabeça na areia no que se refere ao abuso sexual”, disse em referência ao que considera ser uma relutância da entidade em lidar com os fatos.

Um documento da organização divulgado no ano passado revela que foram registradas 51 denúncias de exploração e abuso sexual contra integrantes das forças de paz em 2014. De 2008 a 2013, a maioria dos casos aconteceu na República Democrática do Congo, na Libéria, no Haiti e no Sudão do Sul.

Só no Haiti, 231 pessoas admitiram, em entrevistas, terem recebido dinheiro, comida, celulares e joias, em troca de sexo com militares, civis e policiais da ONU. Um terço dos casos envolve menores de idade.

Fonte: UOL

Redação

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