Irritação, mau humor, além de desgaste físico e mental. Esses são alguns sintomas do estresse, uma doença silenciosa causada pela mudança brusca no estilo de vida, levando a pessoa a passar por um determinado tipo de angústia ou esgotamento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta mais de 90% da população mundial e é considerada uma epidemia global.
Há pessoas que vivem correndo contra o relógio ou que marcam excesso de compromissos durante o dia, comprometendo muitas vezes a qualidade dos alimentos ingeridos. Mas, será que o estresse interfere nos hábitos alimentares? Sim, a alimentação inadequada, sedentarismo, jejum prolongado, ou seja, ficar mais do que 3 horas sem se alimentar, desregula os hormônios no corpo. Um deles é o cortisol. Este hormônio está relacionado a compulsão alimentar principalmente por carboidratos sejam eles doces, massas, pães, bolos, tortas e outros, além de uma perda de massa magra relevante. A alteração neste hormônio também leva à desregulação no sono, aumento do cansaço, fadiga, menor capacidade de concentração, dores de cabeça, mau humor. Além disso, o cortisol também é desregulado quando há estresse constante, um estímulo estressor constante que pode ser a alimentação inadequada, mas também preocupações extremas, ansiedade, trabalho exaustivo, alguma doença, mau funcionamento do intestino, entre outros.
A relação entre estresse e nutrição pode desencadear problemas como obesidade e doenças crônicas. A alteração na produção do cortisol leva a um balanço incorreto de vários hormônios dentre eles os ligados à compulsão alimentar e fome. Há um estímulo maior para a pessoa comer e infelizmente a busca por alimentos ricos em açúcar aumenta. Estes alimentos podem ser doces, massas, pães e outros. São aquelas pessoas que precisam sempre de um doce ou são viciadas em carboidratos. Há, inclusive, um aumento no peso principalmente na gordura abdominal, aumento do colesterol total, LDL, triglicérides, perda de massa muscular mesmo fazendo atividade física.
O estresse desestabiliza todo o organismo e traz sérios problemas à saúde. Há um aumento da insônia, diminuição na eficiência da imunidade, predisposição a doenças como infarto, diabetes, hipertensão, depressão. Sintomas como fadiga, cansaço, estresse contínuo, mau humor, irritabilidade, ‘acordar sempre cansado’ também estão relacionados. É importante frisar que o estresse, se aliado a uma alimentação inadequada, irá ativar mais estímulos para que a pessoa fique mais estressada e o ciclo vicioso permanece.
Para finalizar, a alimentação rica em carboidratos e jejum acima de 3 horas traz sérios prejuízos à saúde. Devemos nos alimentar a cada 3 horas ou menos – isso depende de cada organismo – e aumentar o consumo dos alimentos que ajudam a modular esta produção de cortisol como o abacate, frutas, verduras e legumes. Aumentar o aporte de coenzima Q10 que é uma substância atuante na melhora de energia, disposição, melhora do desânimo. Ela está presente em brotos, sardinha, abacate e oleaginosas. Outro fator importante é diminuir a ingestão de alimentos estressores como café, chá mate e chá preto, açúcar simples, farinhas brancas, chocolate, bebidas energéticas, guaraná em pó. Consumir alimentos ricos em fibras para melhorar a glicemia como pães integrais, arroz integral, aveia, fibra de maracujá, fibra de banana verde, linhaça e outros. Aumentar a ingestão de vitamina C presente na laranja, acerola e caju, principalmente. Abusar dos vegetais verde escuros que são ricos em magnésio, consumir gengibre podendo colocar sucos ou preparações ou na água a ser bebida durante o dia.