"Halo 5: Guardians" é o maior e mais importante game exclusivo do Xbox One até agora e é obrigatório para os donos do console. O segundo "Halo" sob o comando da 343 Industries moderniza a fórmula da série com mais velocidade, tem fases incríveis para serem jogadas no modo cooperativo e traz um multiplayer de escala inédita, com 24 jogadores se trucitando em grandes campos de batalha espaciais.
A história do jogo é seu ponto mais fraco e pode decepcionar, já que a dualidade entre o grande herói Master Chief e o novato Spartan Locke nunca deslancha e o enredo atropela quem não está familiarizado com a franquia. Mesmo assim, "Halo 5" prova que seu universo de ficção científica precisa (e consegue!) ter protagonistas interessantes cujos nomes não comecem com Master e terminem em Chief.
O G1 gravou trechos das missões 1, 2 e 8 da campanha de "Halo 5: Guardians" para demonstrar o jogo. Assista ao vídeo acima para comentários sobre as novidades do game, e aos dois vídeos abaixo para ouvir sobre o retorno de Master Chief e o visual do jogo.
Levando 'Halo' além
"Halo 5" traz de volta Master Chief, que ignora as ordens da UNSC (o governo militar da humanidade) para ir atrás do chamado de uma conhecida. Mas ele não é o personagem principal do game. Das 15 missões, o jogador controla "o cozinheiro" em apenas três – foi mal, fãs das antigas. O agente Spartan Locke, incumbido de caçar Chief e trazê-lo de volta, é o centro das atenções.
A introdução de Locke na série "Halo Nightfall" (produzida por Ridley Scott) e o trabalho com ele em "Halo 5" tem um objetivo bem claro: mostrar que o universo de "Halo" vai além de Chief, Cortana e de outros personagens que apareceram nos oito jogos da série.
E apesar de o game repetir a abordagem controversa de "Halo 2" e mais uma vez contar sua história sob duas perspectivas, a da Esquadra Osiris (Locke) e a da Equipe Azul (Chief), ele é bem-sucedido nessa empreitada na maior parte do tempo.
A rivalidade entre os dois, vendida pelo slogan "Hunt the Truth" (caçe a verdade), não faz jus ao que é contado em "Halo 5". Por outro lado, a missão de Locke tem gravidade e isso é importante para se conectar com um novo personagem. Ele está caçando um herói de guerra da humanidade, afinal.
O maior tempo dedicado à Esquadra Osiris também permite que ela prove ser uma equipe com figuras interessantes, capazes de segurar novas aventuras. Tanaka, por exemplo, é uma mulher africana que ao longo da campanha fala de como cresceu longe do seu planeta natal.
Essa diversidade de personagens é muito importante, tanto para representar todo tipo de pessoa, como também para não cansar o público com mais um homem branco, alto, cuja única motivação é salvar o mundo porque sim, é preciso fazer isso.
Ao mesmo tempo, o game da 343 perde o fio da meada rápido, apresentando uma crise bem fraquinha e desconsiderando quem não manja do universo de "Halo". E confesso: mesmo depois de terminar o jogo, não sei dizer com 100% de certeza o que são os "guardians".
Poucas horas são o suficiente para você largar a mão de prestar atenção nas instruções e continuar jogando apenas pela zueira. Ainda bem que nesse terreno o game se garante.
Um novo 'Halo' para um novo tempo
Se a história fica insossa e sem muito "punch", o mesmo não pode ser dito das missões de "Halo 5". Estão no game algumas das maiores e mais intensas fases já criadas para a série, com mapas amplos, altos, cheios de passagens secretas e prontos para várias estratégias.
O game foi concebido em um momento em que jogar cooperativamente pela internet com até outros três amigos é ponto passivo. No entanto, a maioria dos jogos que oferece isso ainda se limita a abrir a experiência solo para o multiplayer.
Halo 5" não. A 343 fez um trabalho incrível de design de fases, e fica nítido como o estúdio pensou em uma aventura que comportasse quatro humanos ao mesmo tempo soltando granadas e descendo chumbo em alienígenas de diversas cores e tamanhos.
Por conta dessas oportunidades, é muito provável que cada um dos membros do time siga por um lado do mapa e encare situações únicas, o que por consequência cria experiências diferentes para cada um em uma mesma fase.
Vale notar que a inteligência artificial deixa a desejar. Apesar de ser possível dar ordens aos companheiros de equipe, eles no geral não ajudam muito. A campanha perde impacto ao lado da máquina e só é desfrutada totalmente com outros três amigos. Vai por mim.
A verocidade das batalhas é intensificada por algumas novas habilidades dos Spartans. A mais importante delas é a mira no gatilho esquerdo (LT), recurso comum em jogos como "Battlefield", mas que nunca havia aparecido na série "Halo".
Usando essa mira no ar, aliás, você consegue ficar paralisado no ar por alguns instantes para obter uma visão privilegiada ou até mesmo confundir os oponentes.
Tem também a esquiva (acionada com o botão B), a ombrada (botão RB enquanto estiver correndo) e um soco no chão à lá Homem de Ferro (RB no ar), que destrói quem estiver por baixo.
Esse conjunto traz mais velocidade para a série, que sempre foi conhecida por combates mais lentos, sem perder sua essência. Dessa forma, ela consegue agradar quem busca a agilidade do a cada ano mais rápido "Call of Duty", mas não incomoda os xiitas de "Halo". Mesmo porque, quando você usa a mira no LT e toma um tiro, ela se desfaz e você volta à visão normal.
'Halo' é multiplayer e ponto final
Mas no frigir dos ovos, o que importa é que a campanha continua sendo um tutorial para o modo multiplayer de "Halo 5". Que sempre foi e sempre será o mais importante para a maioria dos jogadores.
Existem dois modos básicos: "Arena", mais tradicional, com equipes de 4 contra 4 disputando várias modalidades competitivas. E "Zona de Guerra", grande novidade do multiplayer e uma daquelas surpresas agradáveis que você não consegue mais se imaginar sem.
Nele, equipes de 12 contra 12 batalham em mapas bem grandes por diversos objetivos, como capturar pontos de controle, derrotar chefes controlados pela inteligência artificial e ah, claro, enfrentar os adversários humanos.
Em "Zona de Guerra", a 343 também mostra que está antenada com as mudanças em como os jogadores pensam. O modo de jogo é movido por uma moeda interna chamada REQ, que desbloqueia novas armas, veículos e alguns modificadores.
O recurso é bem similar ao de MOBAs como "League of Legends", mas pelo menos por enquanto não parece injusto. Isso porque é possível comprar pacotes de REQs com dinheiro de verdade.
Fonte: G1