Política

Mendes defende rescisão de contrato com Consórcio VLT

Foto: Ahmad Jarrah / Circuito MT

O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), voltou a tecer duras criticas contra o consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande, responsável pela construção do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) na região metropolitana da capital. Na opinião do gestor, o Governo do Estado deveria rescindir o contrato com o grupo de empreiteiras.

“A melhor forma de se terminar o VLT, hoje, é rescindindo com essa empresa, licitando um projeto executivo e detalhando, exatamente, centavo por centavo, quanto vai custar essa obra. E o mais importante é licitar alguém que possa terminar esse modal a um preço justo e com qualidade”, afirmou o prefeito nesta semana.

O Consórcio VLT é formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda.

Para justificar sua posição, Mendes destacou a falta de projeto executivo para a realização da obra e outros erros, que fizeram com que o modal não fosse concluído até o momento.

“Pelo processo de RDC (Regime Diferenciado de Contratação), o fato de não ter projeto executivo, não ter clareza sobre quanto vai custar a obra e pelo fato de a cada momento apresentar uma nova conta, eu, particularmente, não acredito que essa empresa tenha condições de terminar essa obra”, completou Mendes.

O prefeito também voltou a considerar como “cagada” obras já entregues a população, como o Viaduto da UFMT (Clóvis Roberto), que apresenta problemas pela falta de uma rede de drenagem.

“Essa empresa não reúne as condições, porque, a cada momento, apresenta um novo valor, uma nova conta, sem demonstrar que já fez um monte, com perdão da palavra, de 'cagada' pela cidade. Aquele viaduto da universidade é um exemplo, além de outras obras de má qualidade. Portanto, em minha opinião, ela não reúne condições para terminar esse empreendimento”, declarou.

O VLT

Iniciadas em 2012, as obras do VLT deveriam ter sido finalizadas em junho de 2014 para serem utilizadas durante a Copa do Mundo. O contrato, que foi firmado por meio de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), compreende um total de R$ 1.477.617.277,15. Até o momento já foram pagos ao Consórcio VLT R$ 1.066.132.266,35. 

Além da ausência dos estudos, a obra do modal também conta com inconsistências que têm sido apontadas desde o janeiro de 2013, pelo Consórcio Planservi-Sondotécnica. Ao todo, foram desenvolvidos 23 relatórios técnicos que identificaram cerca de 600 problemas envolvendo atrasos na elaboração de projetos, apresentação de documentos incompletos, além de inconsistências fiscais nas obras. Destes apontamentos realizados, mais de 400 não foram resolvidos e ainda se encontram pendentes.

Além disso, desde o mês de março, a Secid vem notificando o Consórcio VLT a realizar a manutenção e limpeza nos canteiros de obras. Ao todo, 19 ofícios foram enviados ao consórcio construtor, que também tem sido multado por não dar encaminhamento às demandas solicitadas pelo Estado.

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Redação

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