Está no ar a terceira edição da FLIMT – Feira do Livro Indígena! De 21 a 23 desta semana o Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso abre-se para A sabedoria das matas ecoando na cidade. A feira tem o objetivo de “fomentar o entendimento do Brasil indígena contemporâneo e o acesso da sociedade mato-grossense ao livro e à leitura”. O evento é realizado pelo Instituto Usina, UFMT, Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá e Ministério da Cultura e faz parte dos 45 anos da UFMT.
É muito bom saber que a cidade sedia um dos dez eventos selecionados no Brasil pelo Edital de Apoio ao Circuito Nacional de Feiras de Livros e Eventos Literários 2014, promovido pelo Ministério da Cultura. E os três dias prometem: na abertura, línguas indígenas preencheram o espaço com um mantra entoado por Márcio Bororo e com o hino nacional cantando em língua Tikuna por Djuena Tikuna.
Nesta edição, um momento in memorian consagrou presidente do Instituto Usina, Renê Kithaulu Nambiquara, escritor indígena que passou a morar na Montanha Sagrada, a casa para onde seguem as almas daqueles que morrem. A homenagem, feita por Renato Kithaulu Nambiquara, lembrou de sua convivência com o indígena e de seu livro, “Irakisu: o menino criador”.
“Irakisu: o menino criador” reúne diversos fragmentos de vida do autor, os problemas de saúde, a viagem ao Rio de Janeiro, casamentos e filhos, a mudança para uma aldeia Guarani em São Paulo, o retorno à aldeia Nambiquara. Juntas estão as narrativas míticas, sagradas e profanas que desenham a cosmologia dos grupos do Cerrado.
Na FLIMT também há os cantos dos pajés, “Conversas da floresta”, “Conversa de pajé com curumim”, mesas redondas que “discutirão a questão de dentro para fora e de fora para dentro das aldeias”. Nos três dias, a biblioteca itinerante de Clóvis Matos estará nas imediações do evento.