Foto Andréa Lobo / Arquivo CMT
O ex-secretário do Estado Éder Moraes ganhou na justiça o direito de fazer faculdade em Cuiabá no período noturno. O ex-braço-forte do governador Silval Barbosa (PMDB) está cumprindo meditas cautelares e usa uma tornozeleira eletrônica, além disso, não pode sair de casa a noite, nem nos feriados. Éder é réu em ações deflagradas pela Operação Ararath da Polícia Federal, que investiga uma série de fraudes e esquemas de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro.
A decisão de liberar o ex-gestor, às segundas-feiras das 19h05 às 22h20, foi do juiz Jeferson Schneider, titular da 5ª Vara Federal de Mato Grosso e também responsável por 7 ações penais e diversos inquéritos sigilosos. Ele vai cursar economia e administração, ambos na Universidade Norte do Paraná (Unopar), campus de Cuiabá, localizado no bairro Despraiado.
O pedido foi feito pelo advogado Ricardo Spinelli que ainda espera que o juiz decida sobre outros dois pedidos. Eder quer frequentar os cultos de uma igreja adventista realizados, sempre às quartas-feiras, sábados e domingos às 20h.
Em sua decisão, Schneider mandou intimar a defesa de Eder para que informe a data de início e do término do semestre escolar. A defesa solicitou ainda que Schneider autorize o ex-secretário a fazer uma viagem a Brasília no próximo mês.
Medidas cautelares
O juiz da 5ª Vara Federal, Jeferson Schneider, foi quem assinou o alvará de soltura. O magistrado determinou a aplicação de três medidas cautelares como requisitos para Eder se manter em liberdade: o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de sair de casa das 19h às 6h e a vedação de manter contato com os demais réus das ações penais da Ararath (com exceção de sua esposa, Laura Tereza Dias). Por considera-las “gravosas e excessivas”, a defesa do ex-secretário deve entrar com novo pedido de habeas corpus, solicitando a retirada das medidas.
Prisão
O ex-secretário de Estado, Éder Moraes foi preso pela segunda vez em abril, após tentar transferir um imóvel para o nome do seu filho menor de idade. A ação faz parte da sétima fase da Operação Ararath, da Polícia Federal e busca por novos imóveis e veículos que estão em nome de parentes e funcionários.
Segundo o delegado Marco Aurélio Faveri, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso, estão sendo investigados mais de R$ 100 milhões em imóveis e carros, que estão em nomes de parentes, funcionários e membros da família Piran. “Nós descobrimos que Éder Moraes está praticando crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de provas, mesmo depois do Superior Tribunal de Justiça ter decretado sua soltura. Durante as investigações e após sua soltura, ele continuou a movimentar bens imóveis, carros e pagamentos de contas usando nomes de laranjas”, explicou o delegado.
Ainda conforme o delegado Éder estaria tentando fazer uma ‘liquidação’ vendendo imóveis em condomínio de luxo a preços muito baixos.