Logo que cheguei ao Centro Budista, li um artigo dizendo que temos apenas duas escolhas: impactamos ou somos impactados pelo ambiente. Agora, me preparando para voltar pra casa, olho para trás e me pergunto: “gerei alguma mudança neste ambiente?” Muitas. “Fui impactada por ele?” Profundamente. Logo que cheguei me propus, independente do que eu fosse fazer, que fizesse bem feito. Aliás, esse foi um dos grandes ensinamentos da Antroposofia (ciência-espiritual fundada por Rudolf Steiner).
Aprendi que o que falo tem pouco valor, quem eu sou é o grande ensinamento. Horas limpando cozinha, lavando louça, banheiros, etc. Sempre repetia pra mim mesma: “essa cozinha/chão/banheiro vai ter um “antes de Iracema” e um “depois de Iracema”. Um mês, dois meses e veio o desafio: ajudar a gerenciar o Centro Budista, aí sim, em frações de segundos pensei: “é praga dos meus alunos, vou vivenciar na prática TUDO que eu ensinava, e de uma forma nova, pois eu lido com voluntários, ninguém recebe salário. Adivinhem qual foi o primeiro exercício? Parar.
Como eu sempre repetia nas aulas e nos processos de coaching: se eu não parar com qualidade, as respostas serão superficiais, meia boca, fubá. É impressionante o poder dessa ação. A grande sacada foi que escolhi parar na sala de meditação junto com Buda (meu chegado agora, ele e Jesus Cristo). Faço o exercício de meditação e depois “medito sobre minha equipe”. Na primeira semana veio um insight maravilhoso: iniciar o dia na sala de meditação, todos juntos. E assim vieram as lições sucessivamente: escolher as emoções que me fortalecem, me colocar no lugar do outro, ouvir com devoção, escutar o que não está sendo dito, e uma das maiores, conseguir perceber a dádiva que é estar viva com saúde, família, amigos e fé.
Cada ambiente exige observação, decisão e ação, não importa cargo ou local. A mudança SEMPRE acontece com uma pessoa, aqui ela iniciou com um profundo desejo por coerência, muitos abraços, alegria, fé e amor, o que estávamos TODOS precisando. Preparo-me para voltar com o convite de gerenciar o Centro Budista por dois anos. Não aceitei neste momento, mas deixei as portas abertas. E você, por onde pode começar a transformar o ambiente em que se encontra?
