Um homem foi preso em flagrante na noite desta terça-feira (22) após abusar sexualmente de uma passageira na Linha 1- Azul do Metrô, em São Paulo.
O caso ocorreu por volta das 18h40, entre as estações Tiradentes e Armênia. A vítima pediu ajuda a um policial militar que estava no vagão e o suspeito de 25 anos foi detido e encaminhado para a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom).
A mulher, de 33 anos, disse que o agressor se esfregou nela quando o trem estava parando na estação Armênia na noite desta terça (22). O homem conseguiu descer do vagão, mas não foi longe.
“Ela preferiu descer e veio interpelá-lo: 'olha, você está me abusando etc e tal'. Foi quando os passageiros do próprio vagão se deram conta e chegaram a agredir o indiciado”, afirmou o delegado Marcos Vinicius Reis.
Um policial militar que estava no vagão prendeu Josicleidson Silva de Jesus, de 20 anos, que negou o crime. Para a polícia, as marcas de sêmen na mochila da vítima, na roupa dela e na roupa do agressor comprovam o abuso.
O homem irá responder pelo crime de violação sexual, sem direito à fiança.
Abuso
As queixas de abuso no Metrô são constantes. Um balanço mostra que 89% dos abusadores descritos pelas vítimas são detidos pelos agentes da companhia e encaminhados para o Delpom. As denúncias podem ser feitas desde o ano passado por meio do SMS-Denúncia. O número é (011) 97333-2252.
O número de denúncias dos passageiros multiplicou. Passou de 10 casos em 2013, para 61 em 2014 e 62 em 2015, até agosto.
No começo de abril, o Metrô lançou uma campanha “Você não está sozinha” contra o assédio sexual e divulgou um número de celular para os usuários poderem fazer denúncias. No final de julho, uma vítima ganhou ação na Justiça uma indenização de R$ 20 mil por assédio na Linha 1-Azul do Metrô.
Protesto contra abusos às mulheres no Metrô, na Estação República do Metrô de São Paulo, no centro da cidade(Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)
Outros casos
Um vídeo que circula na internet mostra um caso de assédio sexual dentro do Metrô no dia 14 de setembro na estação Sé. Já fora do vagão, um homem de roupa verde leva uma rasteira e um chute de um passageiro. Um policial chega e leva o homem embora.
Na mesma data, uma passageira da Linha 1- Azul denunciou à polícia ser mais uma vítima de assédio na estação Praça da Árvore. O Metrô informou que que acionou o centro de controle da segurança para tentar localizar o agressor da passageira na Linha 1- Azul. E que a mulher foi encaminhada pelos seguranças da companhia até a delegacia.
Outra mulher foi vítima de abuso sexual na estação República do Metrô, na Linha 3-Vermelha, no dia 20 de agosto deste ano. Segundo relato divulgado nas redes sociais, um homem passou a mão na passageira. A vítima chegou a procurar a segurança do Metrô, mas o suspeito já havia saído da estação.
Em abril deste ano, uma jovem de 19 anos, operadora de uma cabine de recarga de Bilhete Único da Estação República do Metrô, no Centro de São Paulo, foi estuprada durante uma tentativa de assalto a seu posto de trabalho. A vítima trabalhava para a Prodata Mobility, empresa que presta serviço de bilhetagem para o Metrô há quatro anos.
A jovem foi surpreendida por assaltantes ao encerrar o expediente, por volta das 23h30. Ela deixava a cabine, localizada na Rua do Arouche, quando um dos bandidos invadiu o local e a violentou. Os assaltantes destruíram as câmeras de segurança da cabine. Um suspeito de 20 anos foi preso dias depois do crime.
Em março de 2014, a Polícia Civil já investigava a ação de homens que abusavam de mulheres no metrô. Além de abusar e assediar mulheres no transporte público, os criminosos filmavam, fotografavam e divulgavam imagens na internet. Dezessete suspeitos foram presos. O fenômeno, conhecido como “frotteurismo” (ato de esfregar-se em outra pessoa), é chamado nas comunidades investigadas pelos termos “encoxadas” e “encoxadores”.
Fonte: G1