Moradores de oito capitais gastam pelo menos duas horas para ir e voltar do trabalho, de acordo com estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), apresentado nesta sexta-feira (11) durante o Congresso Internacional Cidades e Transportes, no Rio de Janeiro. O dado representa a rotina de mais de 12,2 milhões de trabalhadores.
Dos 601 municípios analisados, o que apresentou situação mais crítica foi o Rio, onde 2,8 milhões de pessoas perdem, em média, duas horas e 21 minutos po dia. São Paulo é o segundo do ranking, com duas horas e 12 minutos para mais de 5,5 milhões de profissionais.
O estudo foi elaborado com dados de 2012, quando mais de 17 milhões de trabalhadores das 37 regiões metropolitanas analisadas demoravam, em média, 114 minutos nas viagens de ida e volta do trabalho –em 2011, esse indicador foi de 112 minutos.
Ainda segundo a Firjan, o tempo desperdiçado gera prejuízo de mais de R$ 111 bilhões, na avaliação dos pesquisadores. Só no Rio, o dano à economia é estimado em R$ 19 bilhões (5,9% do PIB metropolitano). São Paulo, por sua vez, deixa de produzir R$ 45 bilhões (5,7% do PIB metropolitano).
Ranking
Rio de Janeiro e São Paulo são seguidos por Salvador (duas horas e oito minutos), Belo Horizonte (duas horas e cinco minutos), Recife (duas horas e dois minutos), Curitiba (duas horas e dois minutos), Goiânia (duas horas) e Manaus (duas horas).
Rio e Recife apresentaram os maiores percentuais de crescimento em relação ao tempo gasto para ir e voltar do trabalho. As capitais fluminense e pernambucana tiveram elevação de 8,4% e 6%, respectivamente, entre 2011 e 2012.
Veja o ranking das capitais:
Desigualdade
A pesquisa observa que o prejuízo é maior nas áreas situadas em periferias metropolitanas, onde a desigualdade em relação à geração de empregos é mais acentuada. Ou seja, a oferta de trabalho se concentra majoritariamente nas cidades-polo, e faz com que os trabalhadores tenham que percorrer grandes distâncias.
"Portanto, a solução para reduzir o tempo de deslocamento e os custos relacionados não está apenas na ampliação das infraestruturas de mobilidade (que precisa ser realizada, em especial no transporte de grande e média capacidade), mas também no reequilíbrio da oferta de empregos e de funções urbanas nos municípios periféricos", conclui o estudo.
Fonte: UOL