Opinião

DAIARA TUKANO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER INDÍGENA

Comemora-se em 5 de setembro o Dia Internacional da Mulher Indígena. A data é aqui lembrada com o pedido de socorro de Daiara Tukano, do Amazonas, etnia descendente do ancestral Anaconda, ser sobrenatural que vive no rio Uaupés. Em tempo longínquo, os seres aquáticos deixaram de ser gentes-peixes, para se transformarem em seres humanos.

Recentemente, Daiara Tukano, militante do Movimento Indígena, fez um emocionante apelo para salvar o povo Guarani-Kaiowá, de Mato Grosso do Sul. Pediu a todos os brasileiros que divulguem a dimenção do conflito de terras entre fazendeiros e indígenas que se iniciou na década de 1940, quando o povo Guarani-Kaiowá foi expulso de suas terras. “Agora em Mato Grosso do Sul criou-se um Estado de Excessão no molde da ditadura militar. Foi mandada a Força Nacional. Estão lá a Polícia Militar, a Polícia Federal, a Polícia de Fronteira atuando como milícias para o genocídio indígena a favor dos fazendeiros, os donos do agronegócio. Eu quero dizer para vocês que se vocês não abraçarem essa causa, vocês não serão merecedores de suas bandeiras”.

Sobre o assunto, o Carta Capital informou que o “Ministério da Justiça, com o apoio da Força Nacional de Segurança, conseguiu acalmar o clima de confronto entre indígenas e fazendeiros que culminou na morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, no município de Antônio João, Mato Grosso do Sul. Semião foi morto quando tentava buscar seu filho de 4 anos, em meio ao conflito, mas antes de encontrá-lo foi atingido por um tiro no rosto, que saiu na nuca”. O “último capítulo sangrento da saga Guarani-Kaiowá”, como denominou Carta Capital, depende da vontade da escrita tortuosa das canetas da Justiça Federal, enquanto os índios estão à espera do reconhecimento de suas terras. 

Diante da omissão e letargia do governo federal, enquanto as tropas da Força Nacional de Segurança encontram-se à frente da batalha, resta às pessoas de bom coração esperar a chegada de um anjo que descerá da resplandencente estrela da manhã. Aquela mesma estrela que Caetano Veloso cantou.

 

Anna Maria Ribeiro Costa

About Author

Anna é doutora em História, etnógrafa e filatelista e semanalmente escreve a coluna Terra Brasilis no Circuito Mato Grosso.

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